FEUDALISMO LIBERAL


Keynes escreveu em 1930 um curto ensaio que dizia:

A realidade é que temos todo o potencial tecnológico e econômico para "viver bem e agradavelmente".
Falta-nos a sabedoria, a capacidade de organização política e social.

Isto hoje é bem nossa cara, a cara do Brasil.

Abaixo é descrito parte do nossa realidade, que deve ser mudada por você.

O professor:Ladislau Dowbor, em Setembro 1998 escreveu parte do tema abaixo descrito que serve de reflexão sobre nossa realidade hoje

Enfrentamos hoje um planeta dividido entre ricos e pobres, como nunca esteve: cerca de 3,5
bilhões de pessoas vivem com uma renda anual per capita média de 350 dólares, segundo o
pouco extremista Banco Mundial. Ninguém navega na internet ou frequenta shoppings com este
tipo de renda. Um planeta onde os excluidos representam dois terços da população, prepara
conscientemente um amanhã de tragédias. Do Pib mundial de US$ 21 trilhões de dólares, US$17
são gerados no grupo de países de alta renda, Europa ocidental, América do norte, Japão,
Austrália e Nova Zelândia. São quatro-quintos da renda mundial para 15% da população mundial. 

A versão interna deste drama, ao nível do Brasil, é pouco mais promissora. Os 10% de famílias
mais ricas consomem metade da renda do país, colocando-nos em último lugar no planeta em
termos de justiça econômica. O pequeno grupo representado por 1% das famílias mais ricas
consome 15% do produto do país, enquanto os 50% mais pobres, 80 milhões de pessoas, têm de
se contentar com 12%. As medidas mais significativas para se contrapor a este processo consistem,
até hoje, em contratar mais agentes para as polícias militares. Quando a panela de pressão está
explodindo, em vez de baixar o fogo, reforça-se a tampa. 

Não há mistério nesta tendência que recobre bilhões de tragédias individuais: o capitalismo como
modo de produção é um bom instrumento de organização da produção, mas nunca foi um bom
instrumento de distribuição. Pelo contrário, na medida em que a concentração econômica leva à
formação de poderosos grupos que articulam poder econômico e poder político, os possíveis
contrapesos que poderiam gerar mecanismos compensatórios e redistributivos se vêm fragilizados.
O liberalismo não só não redistribui, como destrói ativamente as iniciativas de redistribuição. Para o
bem dos pobres, naturalmente, que ficarão protegidos do nefasto paternalismo. 

Não é correto dizer que a nossa classe dirigente cumpria apenas, servilmente, o que lhe ditava a
economia mais forte. Buscava sem dúvida os interesses próprios, por eles batalhava, mas nunca
incluiu nesta batalha os interesses populares. De certa maneira, pode-se dizer que esta classe
sempre buscou maximizar os seus interesses, mas a partir de um quadro definido de fora. E este
quadro nunca incluiu uma visão integrada dos interesses nacionais. É impressionante como o país se
equipou em ferrovias e telégrafos para exportar café, se equipou em indústria têxtil quando à
Inglaterra interessava vender máquinas, se equipou em carros quando se expandia a indústria
automobilística americana. Mudam as bases técnicas da depenência, mas não própria dependência.
Classe intermediária mais do que produtora, a classe dirigente sempre breganhou com o exterior,
no seu próprio interesse, o potencial econômico que o país podia representar. 

É muito importante notar a que ponto o sistema é lógico. A classe dirigente brasileira "oferece" aos
interesses internacionais um espaço acolhedor, um povo de índole pacífica (índole obtida por
argumentos conhecidos), salários baixos, financiamentos, subvenções. Com isto ganha legitimidade
aos olhos dos países desenvolvidos, mas perde legitimidade interna. Não se pode simultâneamente
ter a pior distribuição de renda do planeta, e um grande apoio popular. O reverso é igualmente
verdadeiro: um governo sem legitimidade interna, tem de se se apoiar fortemente nos interesses
internacionais, ou tem em todo caso pouca força de negociação para fora. Em outros termos,
gera-se este estranho comportamento da classe dirigente, duro e violento para com o seu povo,
compreensivo e bem comportado, quando não subserviente, quando se trata do primeiro mundo.

A adaptação ideológica da classe dirigente à era da globalização é relativamente simples, na medida
em que sempre foi uma classe que buscou maximizar os seus interesses intermediando interesses
externos, fossem eles coloniais, ingleses, americanos ou globais. Fomos o último país a abolir a
escravidão, somos hoje o país que ostenta a maior distância entre ricos e pobres. Um dos últimos
textos de Darcy Ribeiro é, neste sentido, eloquente: "Nada é mais continuado, tampouco é tão
permanente, ao longo desses cinco séculos, do que essa classe dirigente exógena e infiel a seu
povo…Tudo, nos séculos, transformou-se incessantemente. Só ela, a classe dirigente, permaneceu
igual a si mesma, exercendo sua interminável hegemonia…Não alcançam, aqui, nem mesmo a
façanha menor de gerar uma prosperidade generalizável à massa trabalhadora, tal como se
conseguiu, sob os mesmos regimes, em outras áreas. Menos êxito teve, ainda, em seus esforços
por intergrar-se na civilização industrial. Hoje, seu desígnio é forçar-nos à marginalidade na
civilização que está emergindo"

A realidade é que, frente aos imensos avanços das tecnologias, e à amplitude das mudanças em
todas as áreas, os nossos bancos pendurados nos financiamentos estatais e praticando juros
surrealistas, os usineiros e latifundiários que se concentram mais no que consideram ser política --
buscar subsídios através dos processos mais escusos de pressão, além de imobilizar terra que nem
cultivam nem deixam cultivar, as empreiteiras que seguem se equilibrando no apoio a políticos
corruptos em troca de contratos públicos, as famílias da mídia que seguem fielmente as tradições
truculentas do Chatô, as próprias formas clânicas de fazer política, constituem hoje uma
superestrutura medieval, mal disfarçada pelos celulares, computadores e carros de luxo que
utilizam. O neoliberalismo brasileiro aparece apenas como a etiqueta da moda para o sistema
selvagem e improdutivo de sempre. 

Na realidade, uma classe parecida com a nossa, vivendo do trabalho de terceiros, se constituiu no
sul dos Estados Unidos, sendo quebrada com a guerra de Secessão, que submeteu o sul
escravagista à lógica produtiva da união. A luta, nos Estados Unidos, foi bastante equilibrada e
extremamente violenta, pois os privilegiados gostam dos privilégios. O que seria hoje dos Estados
Unidos se tivessem vencido os Sulistas, com o seu sistema de latifúndios, escravos e economia de
exportação? É bem possível que teríamos hoje ali um imenso Brasil. Em todo caso, é um exercício
interessante pensar o Brasil como uma América onde tivessem vencido  interesses escravocratas. 

Muitos se admiram com a proeza dos clãs dirigentes, e se referem à sua grande habilidade. Na
realidade, conseguir bloquear o desenvolvimento de um país com o potencial que o Brasil tem, para assegurar privilégios de um grupo arrogante, implica simultaneamente muita habilidade e pouca inteligência. 

O regime feudal brasileiro, pseudo denominado de liberais, usou da truculência em 64 para esmagar os sobreviventes de 500 anos de submissão injusta. Sobraram hoje ideólogos sem os agentes de ação sem os homens intermediários entre os pensadores e o povo trabalhador. Por isto é tão necessário que você se junte a nós dando corpo a este gigante que é a nação brasileira. Temos de sobra ainda pensadores justos, humanista e nacionalista faltam os elementos de ligação para semelhante ao fermento levedar a "massa" para produzirmos o "pão da vida mais justa".

Junte-se agora a ResistenciaBR vamos construir núcleos de esclarecimento e ação pacifica rumo a independência do Brasil.

NOSSO MOVIMENTO CONSTIUI UM NUCLEO DO MV-BRASIL

SE FICAR O BICHO COME   -   SE CORRE O BICHO PEGA   -  SE JUNTAR O BICHO FOGE

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