ESTE TRABALHO E UMA
MERA COPIA DO ARTIGO PRODUZIDO PELO GRANDE BRASILEIRO Armindo Augusto de Abreu.
Veja os originais em pdf www.armindoabreu.ecn.br
DOSSIÊ CONSPIRAÇÃO
RECADO1
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"Prepare o seu coração... pras coisas que eu vou contar".
"Disparada", GERALDO VANDRÉ
"Só porque você é paranóico não quer dizer que eles não estejam de fato,
lá fora, querendo pegar você".
DITADO AMERICANO
Mas, finalmente, quem são "Elas"???
"Trezentos homens, todos se conhecendo, dirigem os destinos econômicos da Europa e escolhem os
sucessores entre si," garantia, em 1909, Walter Rathenau, o principal executivo da General Electric
na Alemanha. Essa afirmativa histórica, com certeza, serviu de ponto de partida
para obra recente, rapidamente esgotada, afirmar que um "Comitê de 300" controla um
"governo paralelo, de alto nível, secreto, que dirige a Grã-Bretanha e os Estados Unidos".7
Felix Frankfurter, antigo juiz
da Corte Suprema, advertiu seus pares de que "os reais
governantes, em Washington, são invisíveis e exercem o poder por trás dos bastidores". Em
carta datada de 23/11/1933, o recém eleito presidente Franklin Roosevelt, também tido como um
"Iluminado", escrevia ao braço direito de Woodrow Wilson, Cel. Edward House, personalidade
chave na criação da Liga das Nações, do Council on Foreign Relations(CFR) e do Federal
Reserve(FED): "a pura verdade nesta matéria é, como você e eu sabemos, que o poder
financeiro nos grandes centros tem tido a posse do governo desde os tempos de Andrew Jackson8.
Registre-se que durante o governo de
5
MARRS, Jim in "rule by SECRECY".
6 "Caveira e Ossos", como o símbolo das antigas
bandeiras dos piratas. Fraternidade Secreta que recruta seus membros mais jovens
entre
alunos e ex-alunos da Universidade de Yale. N.A.
7 COLEMAN, John in "Conspirators Hierarchy : The Story of
The Committee of 300", Carson City , America West Pub.1992.
8 Trata-se do sétimo presidente americano, que governou o país
de 1829 a 1837. Está retratado nas notas de vinte dólares. N.A.
Armindo Augusto de Abreu
4
Roosevelt, pela primeira vez na história,
foi posta em circulação uma nota de dólar contendo impressa em seu verso a pirâmide
e o olho maçônicos9.
Ratificando esta convicção
familiar, o filho do presidente Roosevelt, Elliot, escreveu após a morte do
pai: "Há em nosso mundo cerca de doze organizações que modelam as direções
de nossos destinos, de forma tão rígida quanto os governos regularmente constituídos".
Em 1922, o então prefeito
de Nova York, John F.Hylan declarava que "a ameaça real à nossa República
é o governo invisível que, como um polvo gigantesco, estende seus tentáculos
afiados sobre a nossa cidade, nosso estado, nossa nação... Na cabeça desse polvo
estão os interesses da Rockfeller-Standard Oil e os de uns poucos e poderosos
bancos, geralmente referidos
como banqueiros internacionais que, virtualmente, governam os Estados Unidos
para satisfação de seus propósitos egoístas". Joseph P. Kennedy, patriarca
da notável família, ex-embaixador dos Estados Unidos na Inglaterra, certa feita
causou perplexidade pública ao afirmar que "cinqüenta homens governam a
América e este é um número alto".
Respondendo à pergunta "quem governa
este país"?, em palestras formuladas para estudantes secundários, os escritores
e autores do popular "Peoples Almanac", Irving Wallace e David Wallechinsky,
listaram: o presidente, as duas casas legislativas e os nove membros da Suprema
Corte. Mencionaram, também, os governos estaduais e municipais, ressalvando,
entretanto, que muitas de suas leis podem ser invalidadas pelo governo federal,
o que os remete a um círculo de menor poder e influência. Entretanto,
na mesma publicação, esses autores responderam, de outra forma, à pergunta:
"Mas quem governa REALMENTE os Estados Unidos??? -"Há muitas forças
trabalhando na sociedade dos Estados Unidos, mas a mais poderosa é a resultante
da ação dos grandes bancos, das corporações e das companhias de seguros, com
o respaldo de líderes militares".
Ou seja, a resposta é, em essência, a mesma que ficou consagrada na indelével
expressão cunhada pelo ex-presidente Dwight Eisenhower: o "complexo militar-industrial"...
Confrontado com a questão –"Quem, realmente, governa o planeta, pela "Revue
Internationale et Stratégique", o atual ministro do Exterior da França,
Hubert Védrine, colocou à frente do presidente dos Estados Unidos os presidentes
de certas corporações, financistas, agências de classificação de riscos, jornalistas,
cineastas, pesquisadores, lobbies e, até mesmo, os fundos de pensão americanos.
Mas, antes de se tentar identificar
essas pessoas, é imprescindível investigar como seria feita, na prática, a integração
dos seus esforços em torno de objetivos comuns. A única solução plausível para
esta questão, dentre as muitas possibilidades pesquisadas pelos especialistas,
seria a existência de uma teia invisível de solidariedade, apoios e dedicações,
concedidas ou adquiridas a qualquer preço. E
essa rede, tecida com fios da mais estrita lealdade, à sombra do anonimato e
da dissimulação, seria obra de "Sociedades Secretas", algumas antiqüíssimas,
outras contemporâneas, e de seus membros, investidos de enorme influência, comandando
poderosas instituições ou no exercício de funções chaves. Elas não só existem,
como desempenharam e continuam desempenhando importantíssimo papel nos principais
eventos domésticos ou internacionais, do passado e do presente. Por isso, é
interessante que se aprecie, no panorama recente, fatos envolvendo o mais elevado
círculo do poder nos Estados Unidos: os presidentes americanos, seus principais
assessores e os grandes empresários, com essas misteriosas sociedades. Diz-se,
de forma bemhumorada, que as melhores imagens trazidas à mente das pessoas quando
se menciona o nome de Bill Clinton, é o de um político sorridente e jovial,
saxofonista episódico, com um especialíssimo interesse pelas moças muito bonitas
e, às vezes também, por outras nem tanto. O que as pessoas geralmente desconhecem
é que Clinton está ligado a três das mais importantes sociedades secretas
contemporâneas: o Council on Foreign Relations (CFR), a Comissão Trilateral
e o Grupo Bilderberger. Essas organizações, como seria natural esperar-se,
são muito restritas como fontes de informações.
A Trilateral costuma
publicar os nomes de seus membros e certos documentos contendo diretrizes de atuação, mas sua
agenda interna permanece confidencial. O CFR também publica o rol dos associados, porém
exige deles segredo total
quanto aos objetivos e às operações. Já os Bilderberger
mantêm sua agenda e seu corpo de associados em sigilo total. Membros destacados da
administração Clinton pertenceram aos quadros do CFR. Compreenderam, entre muitos outros, além do
próprio presidente, o vice presidente Al Gore, o Secretário de Defesa William Cohen, Warren
Christopher, James Woolsey, Lloyd Bentsey, Laura Tyson e o Gen. Colin Powell. Do
mesmo governo Clinton, pertencem à Comissão Trilateral, William Cohen, Alan Greenspan
e Donna Shalala, entre outros menos conhecidos no Brasil. Em 1991, quando governador de
Arkansas, Bill Clinton foi convidado a se filiar aos Bilderberger. No ano seguinte, foi
eleito presidente dos Estados Unidos. Ele nunca mencionou, em público, seus encontros com os
Bilderberger, mas, segundo o tablóide "The Spotlight", de Washington, que
perseguiu reuniões do grupo durante anos, Hillary passou a freqüentá-las em 1997, sendo a primeira
mulher de um presidente americano a fazê-lo. A partir daí, começaram rumores a respeito de uma
provável, e importante, futura carreira política para ela. Mas, que ligações possuía
Clinton antes de se tornar governador de estado e presidente da república?
Ao morrer, John Davison
Rockefeller Jr., herdeiro do magnata da indústria petrolífera, deixara uma imensa fortuna,
influência política, diversas instituições de poder, prestígio e cinco filhos homens para
administrá-los: John III, Nelson, Laurance, Winthrop e David. A única filha, Abby, morrera de
câncer. Winthrop tinha sido aluno de Yale, uma das universidades financiadas pelo fundo
Irmãos Rockefeller, presidido por John III, e que abriga a enigmática sociedade "Skull &
Bones"
10,
famosa por recrutar membros para futuro exercício de cargos elevados de poder. Não
obstante, Winthrop era considerado a "rês tresmalhada" da família. Após abandonar essa
faculdade, em 1934, trabalhou como peão em poços de petróleo, no Texas. Na II Grande Guerra lutou no
Pacífico, como soldado de
infantaria, regressando a casa, ao seu final, com três
importantes condecorações. Dali em
diante, dedicou-se a uma vida desregrada de "playboy",
entregando-se à bebida, às mulheres e
ao "café society". Em 1953, cansado daquela rotina,
mudou-se para o estado de Arkansas,
onde, em 1956, recebeu o título de "Homem do Ano de
Arkansas". Em 1967, desfrutando de
grande prestígio, elegeu-se governador. No exercício da
função, conheceu um jovem
promissor, de temperamento semelhante ao seu, rebelde e boêmio,
chamado Bill Clinton.
Começava, aí, com a simpatia e a proteção dos Rockefeller,
sua rápida ascensão ao poder... No
outono de 1998, quando ameaçado de impeachment, Clinton correu
a Nova York para pedir
proteção aos seus colegas do CFR. "Bill Clinton sabe
muito bem que é presidente porque os
membros da sociedade secreta a que pertence o escolheram e
esperam que ele realize seus
planos".11
O ex -presidente George Bush
foi membro do CFR, da Comissão Trilateral e
destacado irmão da "Skull and Bones". Seu filho, o
atual presidente, também estudou em Yale
e em Harvard, sendo membro da mesma sociedade. Jimmy Carter,
antigo assessor de Zbigniew
Brzezinski no CFR e por ele recrutado, teve em seu governo uma
plêiade de membros daquela
organização, inclusive de seu antigo chefe, que lhe serviu
como assessor para assuntos de
Segurança Nacional. Apesar de democrata, seu secretariado
(ministério) abrigou, também,
trilateralistas do partido republicano, como Henry Kissinger
(Estado, membro do CFR e
protegido dos Rockefeller), William Coleman (Transportes), Carla
Hills (Habitação), Peter
Peterson (Comércio; posteriormente veio a ser presidente do
CFR) e Casper Wainberger
(Saúde, Educação e Trabalho)12.
Também assinaram ponto no governo Carter, o ex-diretor da
CIA e futuro presidente George Bush, e William Cohen,
secretário da Defesa de Clinton e
membro do CFR. Gerald Ford, o vice-presidente de Richard Nixon,
era membro ativo da
Maçonaria, do CFR e dos Bilderberger. Quando Nixon renunciou,
Ford assumiu a presidência e
"escolheu" como novo vice-presidente dos Estados
Unidos Nelson Rockefeller, patrono do
CFR, membro da Trilateral, dos Bilderberger, etc, pois o Sistema
não deve correr riscos...Aliás,
10 Recomenda-se assistir ao filme "A SOCIEDADE
SECRETA" (The Skull), de 2001, já exibido no Brasil, que retrata
magistralmente os
bastidores dessa sociedade. N.A.
11 McManus, John, editor, in "rule by SECRECY",
HarperCollins Pub. New York. 2000.
12 U.S.News & World Report, 1978.
Armindo Augusto de Abreu
6
cabe lembrar que Gerald Ford, antes disso, fora membro da famosa
Comissão Warren, que
investigou o atentado contra John Kennedy, concluindo que a
morte do ex-presidente fora obra
de um louco homicida e não de uma conspiração, como até hoje
se discute. O governo de
Ronald Reagan não foi diferente. O ex-ator e antigo porta-voz
da General Electric, embora não
fosse apontado como membro dessas três instituições ou, até
mesmo, simpático a elas, após
uma série de acontecimentos políticos estranhíssimos13,
indicou George Bush à vicepresidência
e, depois de eleito, nomeou vários de seus integrantes para
cargos de primeiro
escalão, sendo vinte e oito membros do CFR, dez dos
Bilderberger e, pelo menos, dez
trilateralistas. Esse grupo compreendia o secretário de estado
Alexander Haig, o secretário da
defesa Casper Wainberger, o secretário do tesouro Donald Regan,
todos do CFR, e Alan
Greenspan, o todo poderoso presidente do Federal Reserve, membro
do CFR, Bilderberger e
Trilateral! ! !
"AS MODERNAS SOCIEDADES SECRETAS E SUAS AGENDAS
DE DOMINAÇÃO GLOBAL".
..."É muito difícil reeducar pessoas criadas sob a idéia
do nacionalismo e levá-las
a abandonar parte dele em favor de um governo
supranacional".
PRÍNCIPE BERNHARD, da Holanda, quando presidente do Comitê
Bilderberger
Registros históricos evidenciam que, a partir do século XVIII,
o mais poderoso
grupo de interesses do planeta decidira ampliar e fixar seus
negócios, definitivamente, no
Novo Mundo. Essa decisão estratégica resultaria no surgimento
de uma coligação oligárquica
européia/americana, pacientemente construída a partir do
processo da independência dos
Estados Unidos.
Ela consolidava, também, um fantástico
sincretismo de capitais,
milenarmente constituídos em todo o mundo e concentrados na
Europa, com a riqueza recente
do Novo Mundo, acumulada com as descoberta das novas colônias
ultramarinas, e agora
perceptível diante do poder emergente da América.
Esses grupos
tinham por sede, desde o
século XVII, a Grã-Bretanha e representavam interesses de
natureza essencialmente
econômico-financeira, ligados à rede bancária, ao comércio e
à indústria. Seus integrantes
proviriam de diversas nacionalidades, etnias, credos políticos,
filosóficos e religiosos.
Nenhuma dessas características, ao que se conhece, prevaleceu
necessariamente
nesse arranjo
de poder, que se revela supranacional, apátrida, sem
preferências religiosas, de caráter
absolutamente materialista. Sendo sua única motivação
ostensiva, portanto, a mais ilimitada
ambição, o objetivo da coligação conspiratória seria
alcançar a máxima concentração de
poderes políticos e econômicos, o pleno controle da riqueza
física ou virtual, o domínio da
ciência e dos processos de alta tecnologia, tudo pela via
pacífica do convencimento e do
mercado, sem contestações ideológicas e resistências
armadas, civis ou militares.
Sutilmente caracterizado como uma "Nova Ordem Mundial", sempre
apresentado como evolução natural,modernidade, em diversas épocas da história, o conjunto
organizado, sincronizado, de ações dessa elite almejaria, em última instância, a reorganização
consentida da humanidade. No
plano político, resultaria em governo mundial único,
instituído em torno de princípios
comuns. Os mais relevantes desses postulados seriam: a
supressão de todas as forças armadas,
substituídas por um contingente policial supranacional com a
bandeira da ONU ou da OTAN,
capaz de impor a paz e a ordem em qualquer parte do globo, com o
respaldo de uma corte de
justiça universal; a instituição de moeda única, física e
eletrônica, emitida e controlada por um
13 N.A. Para maiores detalhes recomendo a leitura do assunto em
"rule by SECRECY", de Jim Marrs, pág. 29/30.
Armindo Augusto de Abreu
7
ou mais bancos centrais privados e independentes de qualquer
governo nacional; o
afastamento da civilização ocidental dos seus antigos valores
morais, éticos e religiosos, de
tradição judaico-cristã, submetendo-a, tão somente, ao
domínio de uma "nova ética"
materialista, com base exclusiva na razão, no conhecimento
científico e no direito positivo; o
fim dos estados nacionais, com a abolição de fronteiras fixas
e do conceito de soberania.
Como visto, para que um processo de tamanha ambição e alcance
pudesse prosperar na
prática, seria necessária a existência de uma poderosa e
atuante rede de instituições e
lealdades, mantidas sob pesado véu de discrição e sigilo.
Essa antiga urdidura, que esteve
presente e influenciou fatos primordiais da história, como as revoluções americana,
francesa e russa, e erodiu o poder das monarquias cristãs formadas a partir
da Idade Média, começou a ser tecida, em sua fase mais contemporânea, no governo
do Pres. Woodrow Wilson, com a criação de três instituições chaves, que asseguraram
a perfeita consolidação do sistema secreto de poder: A "Liga das Nações",
o "Federal Reserve System", e o "Council on Foreign Relations"
(CFR). "Este último, influencia o governo dos Estados Unidos, fornecendo-lhe
quadros de estrita confiança e sugerindo os passos de sua política externa e
as de seus aliados.
Segundo respeitáveis opiniões,.."o CFR
é o verdadeiro governo dos Estados Unidos..."14
mantendo laços
estreitos com organizações semelhantes e associadas, nos principais países,
inclusive no Brasil. Registros históricos evidenciam que o marco de criação
da..." mãe de todas as organizações secretas contemporâneas...", o
CFR, foi o final da I Grande Guerra.
Contados os mortos, pensadas as feridas dos sobreviventes e
avaliados os prejuízos, líderes
mundiais se reuniram na Conferência de Paris, em 1919, para
deliberar sobre o traumático
pós-guerra. A intenção declarada seria deflagrar
providências e criar mecanismos no sentido
de eliminar e impedir futuras divergências entre os países.
Um
governo global unificado seria a solução alvitrada.
A delegação americana
compreendia,
entre outros, o
presidente Woodrow Wilson, seu assessor e braço direito, Cel. Edward Mandell
House, os banqueiros Paul Warburg e Bernard Baruch, financiadores de sua campanha, e uma
dúzia de líderes proeminentes, pertencentes a um grupo que se auto intitulava
"The Inquiry"(os inquiridores).
Essa estranha fraternidade, de filosofia globalista, defendia um
acordo de paz que garantisse a
remoção de todas as barreiras econômicas, igualdade nas
condições de comércio e a criação
de uma "associação geral de nações". Desse pleito,
nasceria o projeto de criação da "Liga das
Nações", por Wilson, em projeto elaborado e defendido
pelo Cel. House. Curiosamente,
fundamentos de uma outra plataforma, implementada por Wilson,
apareciam num livro de
ficção escrito, pouco antes, por Edward House, denominado
"Philip Dru: Administrator -A
Story of Tomorrow". Nesse livro, o socialista marxista
House descrevia uma conspiração (sic)
ocorrida nos Estados Unidos, visando à criação de um banco
central privado, um imposto de
renda gradual e o controle dos partidos republicano e democrata.
Um par de anos após a
publicação do livro, pelo menos dois desses objetivos, senão
os três, tinham sido
conquistados. No dia 30 de maio de 1919, House reuniu-se com os
membros americanos e
britânicos à Conferência de Paz, em Paris, no Hotel Majestic,
quando resolveram formar um
Instituto de Assuntos Internacionais, visando preparar a
opinião pública para a aceitação de
um "governo mundial único", ou a
"globalização", tendo uma sede nos Estados Unidos e
outra na Inglaterra. A sede americana foi incorporada em 21 de
julho de 1921, com o nome de Council on Foreign Relations (CFR). A sede britânica tornou-se
o "Royal Institute of
International Affairs". O CFR nasceu sob o signo do mais
absoluto sigilo. No artigo II de seus estatutos, reza que "qualquer membro que venha a revelar
detalhes de suas reuniões, contrariando as regras estabelecidas pelo CFR, será passível
de expulsão". Essa aura de sigilo tem sido mantida e respeitada pela grande mídia americana. Em
1971, o jornalista J. Antony Lucas escrevia que... "analistas da imprensa soviética
afirmam ser o CFR mais noticiado no
.14 ROBERTSON, Pat, in "The New World Order".
Armindo Augusto de Abreu
8
Pravda e no Izveztia do que no New York Times." De forma
coerente com os planos de
instruir e governar todas as fases da política externa
americana, foram membros do Council
on Foreign Relations QUASE TODOS os diretores da CIA desde Allen
Dulles, TODOS os
Secretários de Estado, menos um 15,
desde 1940 e TODOS os Secretários da Guerra/Defesa,
sem exceção. Esta assertiva abrange o governo George W. Bush,
em curso. A face do CFR
começou a ser revelada, para o público americano, a partir dos
anos 70, com o surgimento das
novas tecnologias de comunicação. Num esforço aparentemente
destinado a desviar essas
atenções, David Rockefeller, então seu presidente, envidou
esforços para criar uma
organização mais visível, que pudesse servir de
"biombo" para as atividades do Conselho: a
Comissão Trilateral. A idéia de criar a Trilateral lhe fora
ofertada por Zibigniew Brzezinski,
chefe do Departamento de Estudos sobre a Rússia, da
Universidade de Columbia (New York),
e autor de inúmeros documentos e livros que tinham servido de
linhas mestras para o
estabelecimento de diretrizes de políticas e estratégias pelo
CFR. Ele pesquisara,
anteriormente, uma forma de "cooperação mais
próxima" entre as nações da Europa, da
América do Norte e da Ásia, assim defendida: "Uma nova e
mais ampla aproximação é
necessária: a criação de uma comunidade de nações
desenvolvidas que possa, efetivamente, se
dedicar às maiores preocupações relativas à humanidade...
Uma Comissão representando os
Estados Unidos, a Europa Ocidental e o Japão, com reuniões
periódicas de seus chefes de
estado, bem como uma pequena infra-estrutura de apoio, seria um
bom começo".16
Eletambém vislumbrava uma sociedade "... que fosse moldada
cultural, psicológica, social e
economicamente pelo impacto da tecnologia e da eletrônica,
particularmente na área dos
computadores e das comunicações..." Os pensamentos de
Brzezinski começaram a suscitar
suspeitas entre todos aqueles que já se opunham à
consolidação de um poder político e
econômico unificado, ao declarar: "... a soberania
nacional não é mais um conceito viável..." e
prever que "... as nações desenvolvidas mover-se-iam na
formação de uma comunidade mais
ampla... através de uma série de laços indiretos e de
limitações, já iniciadas, nas suas
soberanias nacionais,... e com um sistema de coleta global de
impostos". Explicando que um
organismo de cooperação, como a Trilateral, deveria preparar o
palco para a conformação
desse cenário, entendia que "... o objetivo inicial de
formar uma grande comunidade de
nações, embora menos ambicioso do que formar um governo
mundial, seria mais factível".
Em sua concepção geopolítica, Brzezinski não pretendia
deixar de fora dessa sociedade global
nem mesmo as nações submetidas ao marxismo, que ele
considerava... "um estágio posterior
de maturidade da visão universal do homem, vital e
criativo," e "uma vitória do homem
exterior sobre o homem interior, passivo, uma vitória da razão
sobre a fé." A Comissão
Trilateral de Brzezinski foi fundada, oficialmente, em 1 de
julho de 1973, tendo David
Rockefeller como presidente, mas os planos de sua criação e
funcionamento foram
apresentados, em primeiríssima mão, aos membros do
ultra-secreto grupo dos Bilderberger,
em abril de 1972, na pequenina cidade belga de Knokke-Heist.
Ali, a reação ao projeto foi
entusiástica. A grande preocupação do fechado grupo, nesse
dia, era quanto às vigorosas,
porém esperadas, reações da comunidade internacional,
especialmente da Europa e do Japão,
à devastadora desvalorização do dólar, representada pelo
rompimento do pacto de Bretton
Woods, por Nixon, desvinculando a moeda americana do
padrão-ouro. Mas, havia, ainda,
outras razões de inquietação entre os presentes àquela
fechadíssima reunião: eram as novas
sobretaxas aplicáveis às importações americanas, visando à
redução do seu déficit externo; a
política de "détente" iniciada com a China, de olhos
no seu potencial de comércio; e o
gradativo, porém brutal, aumento de preços do petróleo. Os
países produtores tinham reagido,
de pronto, à astronômica depreciação do dólar, que elevara
o preço do ouro às nuvens (passou
15 N.A. A exceção a esta regra foi o ex-Gov.James Byrnes, da
Carolina do Sul. A lista completa desses secretários pode ser encontrada em
Robertson, Pat, in "The New World Order," pág 98.
16 In "Foreign Affairs" (órgão de divulgação
oficial do CFR), 1970.
Armindo Augusto de Abreu
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de US$ 800,00/onça), reajustando, também eles, sua valiosa e
finita matéria-prima, conhecida
no jargão do mercado como "ouro negro". Afinal, os
petrodólares não poderiam mais ser
convertidos no metal amarelo, ao preço de US$ 35,00 a onça,
conforme estipulara o acordo de
Bretton Woods, desde o pós-guerra. Para os países produtores,
vender petróleo, dali em
diante, em troca de uma moeda agora inconversível e
desvalorizada, representaria, como num
passe de mágica, transformar sua poupança monetária (os
petrodólares) em areia e reduzir,
pesadamente, o valor econômico de suas reservas de óleo, dos
contratos de fornecimento de
longo prazo, de sua receita bruta e dos estoques formados. Essa
foi, na verdade, a causa real
dos chamados "choques do petróleo" que se seguiram,
em 1973 e 1979. Não obstante, esse
gravíssimo fato foi transmitido ao grande público, pela
"mass media" , como atitude
"gananciosa e monopolista" do cartel de países
produtores, decididos a "levar à bancarrota" a
economia ocidental...
Todas essas questões, que estavam
amargurando os aliados dos americanos, causavam deterioração nas relações externas dos
Estados Unidos, especialmente com o Japão. Ele era o principal prejudicado, face à sua total
dependência de combustíveis fósseis e das exportações maciças de produtos de alta
tecnologia para os Estados Unidos.
A reunião entre os Bilderberger, entretanto, tinha lhes dado
mostras de que houvera certa
precipitação em se deflagrar, quase simultaneamente, medidas
tão duras e explícitas visando a
resultados financeiros convergentes, concentradores. Era
imprescindível, portanto, abrandálas
e, por isso, a proposta de Brzezinski, sugerindo um estágio
intermediário, tripartícipe, na
unificação desse poder, com especial destaque para o Japão,
na liderança do que viria a ser
um futuro bloco asiático, foi aclamada, unanimemente.
A
Trilateral estava informalmente criada e liberada para iniciar seus trabalhos, o que ocorreu,
apenas três meses depois, numa propriedade particular da família Rockefeller, em Pocantico
Hills, Tarritown, estado de New York, nos dias 23 e 24 de julho de 1972. Participaram desse
primeiro encontro diversas personalidades, ao que tudo indica selecionadas apenas por
Rockefeller e Brzezinski. Somente um ano depois ocorreria a cerimônia oficial. David Rockefeller,
então, nomeou Brzezinski fundador e diretor do ramo norte-americano da Comissão, que
abrigava, ainda, o governador Jimmy Carter, o congressista John B. Anderson (outro candidato
presidencial) e Hedley Donovan (editor-chefe do grupo Time, Inc.). Entre os demais
fundadores estavam Reginald Maulding, Lord Eric Roll, Alistair Burnet (editor do Economist),
Giovanni Agnelli
(presidente da FIAT), Raymond Barre (França) e um grupo de
representantes da elite
japonesa, à frente Sujiro Fujino (Mitsubishi). Segundo a
revista "TRIALOGUE", publicação
oficial, espécie de relatório anual da Comissão Trilateral,
"ela foi fundada em 1973 por
cidadãos particulares da Europa Ocidental, Japão e América do
Norte, para promover uma
cooperação mais próxima, entre as três regiões, a respeito
de seus problemas comuns".
Autores mais cépticos, entretanto, interpretam a expressão
"cooperação próxima" como um
"conluio entre banqueiros e corporações multinacionais,
de olho no governo mundial
único".17
A Comissão mantém, hoje,
sedes em New York, Paris e Tóquio, sendo seus
principais financiadores os Fundos Irmãos Rockefeller, German
Marshall e Lilly Endowment,
bem como empresas do porte do The Time, Bechtel, Exxon, General
Motors, Wells Fargo e
Texas Instruments". "Muitos dos membros da Comissão
Trilateral estão hoje em posições de
poder, de onde podem implementar políticas recomendadas pela
Comissão; medidas que eles
mesmos prepararam como membros da Trilateral. É por esta razão
que ela adquiriu a
reputação de ser o governo oculto do ocidente". 18
"Os tentáculos da
Comissão Trilateral
foram tão longe na esfera política e econômica que ela tem
sido descrita, por muitos, como
prova cabal de que homens poderosos podem controlar o mundo,
através da criação de uma
comunidade supranacional, dominada pelas corporações
multinacionais". 19
17 MARRS, Jim, ibidem.
18 ERINGER, Robert, jornalista e pesquisador.
19 STRAND, Laurie K. in "Who is in charge-Six Possible
Contenders", for Peoples Almanac#3.
Armindo Augusto de Abreu
10
No princípio de
1977, até mesmo o jornal conservador "Washington Post,
"sustentáculo do "establishment,"comentava em editorial que...
"há alguma coisa preocupante
sobre a Comissão Trilateral. O presidente eleito (Carter) é um membro. O vice-presidente
Walter Mondale, também, da mesma forma que os novos Secretários de Estado, Defesa e
Tesouro, Cyrus Vance, Harold Brown e Michael Blumental. Brzezinski, um antigo diretor da
Trilateral e assessor de segurança nacional de Carter, também é, assim como um grupo
de outros que farão a política externa da América nos próximos quatro anos ". Entre esse
"grupo de outros", releva destacar
o nome de Paul Volker, indicado para presidir o Federal Reserve.
Conhecido na praça como
pessoa "ligada a David Rockefeller", Volker tinha sido
presidente do ramo norte-americano
da Trilateral e era membro das organizações secretas CFR e
Bilderberger. A despeito de todas
essas credenciais, acabou sendo apeado, durante o governo
Reagan, do cargo de presidente do
FED, substituído pelo atual, Alan Greespan, coincidentemente,
como visto, membro da
Comissão Trilateral, do CFR e dos Bilderberger... 20
A despeito de declarações
públicas, nas
quais nega ser uma entidade secreta, a Comissão Trilateral não
pode deixar de ser incluída
nesse rol, uma vez que suas reuniões são sempre fechadas, com
acesso negado ao público. "A
mais nova cabala internacional de David Rockefeller21
(a Trilateral)... planeja ser
o veículo
para a consolidação multinacional dos interesses comerciais e
bancários, pela tomada do
controle político dos Estados Unidos". 22
"Ela consiste num grupo,
cujo objetivo é acelerar a
era do Governo Mundial e promover uma economia global
controlada, atrás dos bastidores,
pela Irmandade Secreta (os Iluminados)."23
Há quem garanta que esses
Iluminados,
invariavelmente abrigados na penumbra, costumam se materializar
nas reuniões dos
Bilderberger. Esta revelação nos remete a uma outra questão
crucial: -quem são os
Bilderberger? ? ?
O modo mais prosaico de se defini-los é como
um grupo de poderosos,
homens e mulheres, muitos pertencentes à realeza européia, que
se encontram secretamente,
todos os anos, para discutir assuntos de seu interesse.
Pesquisadores afirmam que eles
conspiram para "fabricar" e "administrar"
acontecimentos de âmbito mundial. Apesar da
presença de figuras exponenciais da mídia em suas reuniões,
nada, ou quase nada, transpira ou
é noticiado. Eles, também, costumam ser filiados às demais
sociedades secretas. O grupo,
pelas características de sigilo absoluto, não possui sequer um
nome oficial. A designação atual
foi outorgada por pesquisadores, quando vazou para o público,
pela primeira vez na história, a
notícia de uma reunião feita, em 1954, no Hotel Bilderberger,
em Oosterbeek, Holanda. Após
uma série de encontros informais, realizados na Europa, entre
membros da realeza e
importantes nomes de suas mais altas elites, foi decidida, em
1950, a criação desse comitê
altamente secreto. A sessão inaugural teve a presença de
vários ministros das relações
exteriores europeus, o príncipe Bernhard da Holanda e o
socialista polonês Joseph Retinger,
fundador do movimento europeu após a II Guerra Mundial. Já o
primeiro encontro do grupo
em solo americano foi feito em 1957, na ilha de Saint Simons,
próximo à paradisíaca ilha de
Jekill (em frente ao estado da Georgia), onde, em 1910, outros
conspiradores se reuniram para
planejar a criação do FED. Nas suas reuniões tem sido
registrada, quase sempre, a presença de
membros das famílias reais britânica, sueca, holandesa e
espanhola. O príncipe Bernhard foi o
"chairman" do grupo até 1976, quando renunciou devido
às denúncias de que recebera uma
grande importância da Lockheed, para promover vendas de
aviões. A partir de 1991, a
presidência tem sido ocupada por Lord Carrington, ex-ministro,
ex-Secretário Geral da OTAN
e presidente do Royal Institute of International Affairs,
organização gêmea do CFR. Outros
membros, não menos ilustres, foram ou são Brzezinski, Dean
Rusky, Robert McNamara, Gen.
20 MARRS, Jim in "rule by SECRECY"
21 N.A. A família Rockefeller é cristã, do ramo batista. Por
isso, a palavra cabala, de origem hebraica, empregada em relação a David
Rockefeller, na frase original de Goldwater traduzida do
inglês, não possui qualquer conotação de etnia, crença ou religião,
significando,apenas, no texto transcrito, uma trama secreta,
conspiração."
22 GOLDWATER, Barry in "With no apologies", 1979.
23 MARRS, Texe, presidente da editora Living Truth, Austin,
Texas.
Armindo Augusto de Abreu
11
Lyman Leminitzer, todos também do CFR, e Henry Ford II, Giscard
d´Estaing, George
Pompidou, Helmut Schmit, Margaret Thatcher e o barão francês
Edmond de Rothschild.
Segundo o autor e analista de inteligência, Dr. John Coleman,
"... A Conferência de
Bilderberger é uma criação do M16 (o serviço secreto
britânico), sob a direção do Royal
Institute of International Affairs..." Mas, e do Royal
Institute (RII), o que dizem as más
línguas? ? ? ..."Da mesma forma que o CFR, o RII foi
criado sob auspícios do Cel House,
braço direito de Woodrow Wilson, do seu grupo de
internacionalistas conhecido como "The
Inquiry" (os Inquiridores) e dos banqueiros Warburg e
Baruch. O RII, entretanto, foi montado
a partir de uma outra sociedade secreta já existente, o Round
Table Groups (Grupos da Távola
Redonda) estabelecida em 1910 pelo legado de Cecil Rhodes, o
magnata inglês dos
diamantes."24
"O Royal Institute foi
criado em 1919 para perpetuar o poder britânico no
mundo e ajudou a criar o Council on Foreign Relations como parte
de um esforço para unir as
elites inglesas e seus interesses de política externa, com os
dos Estados Unidos."25O
RII fica
na conhecida Chatam House (Mansão Chatam), situada em Londres,
na praça de Saint James,
em frente à residência da multimilionária família Astor.26
Costuma-se dizer, mundo afora,
talvez sem muita atenção para a conexão implícita, que a
política externa inglesa é emanada
da Chatam House... Além de sua atuação direta na área de
política externa, o RII atua na
esfera da preparação de quadros para o futuro, especialmente
na concessão de bolsas
universitárias a pessoas de alto potencial, segundo critérios
próprios. "As bolsas Rhodes
(Clinton foi bolsista)... são conhecidas de todos. O que não
é tão abertamente divulgado é o
fato de que Rhodes, em cinco testamentos, deixou sua fortuna
para formar uma sociedade
secreta que deveria dedicar-se à preservação e à expansão
do império britânico.
E, o que parece ser também desconhecido de todos, é que essa sociedade
secreta continua a existir até os dias de hoje". 27
Como se depreende, a inegável
conexão entre alguns dos mais importantes líderes americanos e essas organizações já não podem mais
ser ignoradas. Muito embora o conceito de se criar uma comunidade global de nações venha de
muitos séculos passados, foi com o surgimento dessas modernas so ciedades secretas que ele
adquiriu a dimensão e a materialização contemporâneas. Apesar da importante presença
da família Rockefeller no
CFR e também na coordenação das demais organizações
secretas mencionadas, é preciso ficar
claro que outras importantes forças políticas e financeiras,
apesar de poderosíssimas, existem
e se mantém ao abrigo da luz, nesse contexto. É chegado o
momento de se lhes lançar algum
ar fresco. O grande patriarca da família Rockefeller foi John
Davison, considerado como o
milionário mais conhecido da história americana até os dias
de hoje, muito embora tenha
morrido em 1937. Nenhuma outra família teve mais notoriedade do
que ela, não só pela
imensa fortuna acumulada, como pelos laços poderosos que a
ligava às elites européias,
especialmente as inglesas. Esses laços, ao que parece, não
eram somente de amizade. O pai de
John D., William, era conhecido como "Big Bill" e
viveu da venda de frascos de uma poção,
supostamente destinada à cura do câncer, num carroção que
ele mesmo guiava em suas
andanças pelo país, ao melhor estilo dos filmes de faroeste.
No começo da guerra civil
americana, John D. era um jovem corretor de commodities
agrícolas em Cleveland, no estado
de Ohio. Nessa atividade, percebeu que o futuro estaria, não na
agricultura, mas no petróleo.
Em 1863, ele e alguns sócios construíram uma refinaria. Em
1870, já havia criado a Standard
Oil Company of Ohio. O dinheiro para toda essa empreitada,
garantindo-lhe a formação do
monopólio de refino, veio do National City Bank of Cleveland,
cidade onde John D. residia.
24 MARRS, Jim, ibidem.
25 GIBSON, Donald. Escritor.
26 O patriarca da família, Jacob Astor, morreu no naufrágio do
Titanic. Aliás, faleceram também nessa tragédia outros potentados, associados
ao grande círculo secreto de poder, que celebravam, nessa
viagem, seu sucesso e as conquistas políticas, financeiras e tecnológicas até
ali alcançadas. Desafortunadamente, a celebração terminou em
desgraça, razão pela qual, mesmo sem revelação explícita ao público, esse
naufrágio pertence ao rol das fatalidades inesquecíveis pelos
poderosos. N.A.
27 QUIGLEY, Caroll. Historiador e professor de história na
Escola de Relações Exteriores da Universidade de Georgetown, mentor
acadêmico de Bill Clinton.
Armindo Augusto de Abreu
12
Isso seria absolutamente normal, não fora um pequeno detalhe: o
National City Bank de
Cleveland pertencia à família européia dos barões
Rothschild, a mais rica e poderosa em todo
o planeta... Rockefeller não gostava de competidores. Seu
objetivo era absorver todo o
mercado, formando um monopólio privado. Sob o lema "a
competição é um pecado", John D.
investia contra os adversários, comprando ou absorvendo seus
negócios. Quando não
conseguia fazê-lo, reduzia seus preços até que o competidor
quebrasse. Em 1902, essa tática
começou a lhe trazer problemas. Ida Tarbell, filha de um
produtor de óleo da Pensilvânia,
arruinado por John D., escreveu uma série de artigos sob o
título: "A História da Standard Oil
Company", publicados na revista "McClures". Um
crítico da época registrou que o trabalho
de Ida Tarbell "significava o corajoso desmascaramento de
uma moral criminosa, disfarçada
sob o manto da respeitabilidade e do cristianismo." 28
O monopólio de Rockefeller
começou a
ser combatido por uma América sinceramente religiosa, defensora
da moral nos negócios e
profundamente indignada. Em 1906, a companhia foi condenada por
violação da lei antitruste.
A sentença da Suprema Corte, prolatada em 15 de maio de 1911,
era vazada nos seguintes
termos: "Sete homens e uma máquina corporativa conspiraram
(sic) contra seus concidadãos.
Em nome da segurança da República, essa perigosa conspiração
(sic) deve ser encerrada até o
próximo dia 15 de novembro. A Standard Oil de Ohio foi, então,
dividida em diversas novas
corporações, das quais oito, de início, mantiveram a
expressão "Standard Oil" em seus novos
nomes. Mais tarde, para dar ao público a impressão de que o
desmembramento da empresa
original fora mesmo efetivo, essas empresas foram assim
reagrupadas e renomeadas: Mobil
Oil (fusão da Standard de New York com a Vacum Oil); Amoco
Corp. (fusão das Standard de
Indiana, Nebraska e Kansas); Chevron Corp. (Standard Oil da
California e de Kentucky);
Exxon (Standard de New Jersey); Atlantic Richfield; Buck-eye
Pipe Line; Pennzoil e Union
Tank Car Co. Curiosamente, o fracionamento da empresa de
Rockefeller só fez-lhe aumentar
a fortuna. Ele foi o primeiro bilionário da história da
América. Ao morrer, John Davison e seu
único filho John Jr., tinham construído não só um império
do petróleo, como instituições do
porte do Banco Chase Manhattan, da Fundação que lhes leva o
nome, da Universidade de
Chicago, da Lincoln School, da Universidade Rockefeller, em New
York, e do Instituto
Rockefeller de Pesquisas Médicas. Dizem os especialistas que,
se algum dia, alguém rivalizou
em riqueza e poder com John D. Rockefeller, foi John Pierpont
Morgan, um homem, ainda
mais do que ele, ligado às elites britânicas. Sua mãe, Juliet
Pierpont Morgan, era filha do
reverendo John Pierpont, um conhecido anglófilo, e neta de um
dos fundadores da
Universidade de Yale. Seu pai, Junius Spencer Morgan,
financista, mudou-se para a Inglaterra
em 1850 e lá virou sócio de outro americano, George Peabody,
um antigo associado da
família Rothschild (ramo inglês). Formaram uma empresa
financeira denominada Peabody,
Morgan & Co. Com a retirada do sócio Peabody, em 1864,
Junius e o filho John assumiram
integralmente o negócio, mudando-lhe o nome para Morgan &
Co. Os Morgan logo se
tornaram íntimos dos Rothschild, até mesmo se hospedando em
sua casa. Muitos autores
denunciaram o fato de que os Morgan se tornaram testas de ferro
dos Rothschild nos Estados
Unidos. Eustace Mullins, o americano que primeiro revelou, em
1952, as manobras secretas
que resultaram na criação do Federal Reserve pela banca
privada, também denunciou que os
interesses do barão britânico Nathan Mayer Rothschild eram
defendidos, na América, pelos
Morgan. "Apesar deles manterem um agente registrado nos
Estados Unidos... era
extremamente vantajoso possuir um representante americano não
identificado com os
Rothschild. Por isso, preferiam operar anonimamente, naquela
praça, atrás da fachada de
J.P.Morgan & Co...".
28 MARRS, JIM, in "rule by SECRECY".
Armindo Augusto de Abreu
13
ORA, DIREIS, OUVIR ESTRELAS...
"O Segredo é a Alma do Negócio"
VELHO ADÁGIO PORTUGUÊS
Sabendo, anteriormente, que os fundamentos das ações de
conquista e
manutenção do poder são o sigilo e as informações
estratégicas ou privilegiadas, compreendesse
porque pesquisar segredos, de forma legal ou clandestina, pode
ser considerada atividade
de altíssimo interesse, apesar do risco envolvido. Não é de
todo repulsivo que ao Estado,
através das polícias e dos serviços secretos, seja dado
bisbilhotar a vida alheia, desde que os
produtos dessa xeretice se destinem, apenas e tão somente, à
sua defesa ou à inteira proteção
dos cidadãos. Como, às vezes, a investigação é percebida
ainda a meio, sem que se possa, ou
se deseje, instruir acusações contra o observado, o remédio
é negar, sempre que possível, o
feito, considerá-lo "apenas um caso fortuito",
naturalmente atribuível a "interesses escusos"
ou aos "inimigos das liberdades democráticas".
O
complicado, desde tempos imemoriais,
mesmo antes de se inventarem os telefones e os grampos, tem sido
distinguir entre as
operações feitas no legítimo interesse público e aquelas em
prol das causas restritas,
particulares. Como todos percebemos, os mercados, principalmente
os das informações, já
governam tudo nos dias de hoje, até mesmo certos
governos,...por que conhecimento é poder.
Conhecimento exclusivo é poder restrito e, portanto,
matéria-prima preciosa para qualquer um
que dele possa se valer. Daí fica-nos a certeza de que os
grampos, apesar de incompatíveis
com os discursos líricos ou oficiais em favor da privacidade do
cidadão e da mais irrestrita
democracia, continuarão a ser "commodity" ambicionada
pelo mercado, público ou privado.
Afinal, como reza o adágio,..."o preço da liberdade é a
eterna vigilância"... , o que certamente
não exclui as conversas e os movimentos alheios. Ante essa
evidência, não se deve deixar de
apreciar os meios, lícitos ou espúrios, ostensivos ou
secretos, as conspirações enfim, de que se
valem os humanos para se manterem adequadamente informados, ou,
apenas, para impedirem
essa possibilidade aos adversários. Como é universalmente bem
aceito, não pairam muitas
dúvidas quanto ao fato de que a sede das forças que detém o
poder mundial esteja, mesmo,
localizada nos Estados Unidos muito embora, deva-se ressaltar,
isso não signifique,
necessariamente, que o poder mundial seja os Estados Unidos.
Intelectos respeitáveis têm
assumido que aquele país possa vir a ser, apenas, a
materialização física, visível, desse poder,
consubstanciado em pujança física, riqueza e capacidade
militar inigualáveis. De outro lado, é
razoável supor-se que o "mercado de informações
secretas", essencial às atividades
concernentes à ampliação do poder, como qualquer outro
mercado nos dias de hoje, também
tenha evoluído sob forte tendência concentradora. Isto posto,
não é difícil aceitar o fato de que
a sede do "observatório universal", centro mundial da
espionagem, também fique em
território norte-americano, não apenas recebendo e processando
informações de sua rede de
aliados como, igualmente, controlando-a. E isso, registre-se, é
a pura verdade. A luta tem-se
revelado tão pesada e profissional nesse terreno que, além das
pessoas físicas e dos estados
nacionais, os próprios mercados comuns, meninas dos olhos do
status globalizante e sonho
dourado dos trilateralistas, já sofrem as incômodas
conseqüências da desconfiança e da
bisbilhotice internacional. É cobra comendo cobra. O Parlamento
Europeu, órgão legislativo
da União Européia, denunciou a existência de um aparato de
espionagem internacional
denominado ÉCHELON, desenvolvido a partir do fim da II Guerra
Mundial para monitorar a
antiga URSS e seus aliados. Com o fim da guerra fria, o sistema
foi adaptado para farejar as
"comunicações civis do século XXI". Com tal
manobra, o núcleo de poder conseguiu
preservar o orçamento de bilhões de dólares do tempo da
bipolaridade ideológica e militar.
Ativo desde os anos 70, o ÉCHELON consistiria numa rede capaz
de filtrar e ordenar
informações a partir de palavras-chave pronunciadas, da mesma
forma que sistemas existentes
para rastrear informações na Internet. Essa denúncia foi
responsável por dezenas de reuniões
de especialistas, entre os quais o investigador neozelandês
Nicky Hager, autor do livro
"PODER SECRETO". Nele, Hager confirma a denúncia de
que o sistema central do
"ÉCHELON" fica em "Fort Meade", próximo a
Washington, onde opera a National Security
Agency (NSA), Agência de Segurança Nacional dos Estados
Unidos, e possui, entre outros,
um braço australiano, o Government Communications Security
Bureau (GESB), que lhe
municia com informações a respeito de tudo que se passa nos
países da área do Pacífico,
colhidas em Waihopai (Nova Zelândia) e Geraldtown (Austrália).
Segundo o livro, os agentes
do GESB que, na verdade, é o próprio serviço secreto da Nova
Zelândia, passam os dias lendo
as correspondências eletrônicas e as transcrições dos
telefonemas entre governantes, políticos
e empresários da região, repassando os achados
"interessantes" para a NSA, em Washington.
O "poder secreto", a que alude Hager, transcende à
política e atua em questões puramente
comerciais, incluindo espionagem industrial nos chamados
"países amigos". Antigamente, 52
conjuntos de monitoramento trabalhavam de forma independente,
porém nos anos 80 foram
reunidos sob um sistema integrador denominado
"Platform". Toda a estrutura desses
conjuntos foi unificada, nos dias de hoje, sob o nome de United
States Sigint System (USSS).
Nem mesmo os grandes aliados dos Estados Unidos escapam dos
"olhos eletrônicos",
estruturados a partir do importante centro de Menwith Hill, na
Inglaterra. A França decidiu se
precaver contra essa vigilância montando aparato próprio de
interceptação, na certeza de que
é vítima dos olhares malignos do "big brother" e
atribuindo a eles a perda do contrato para a
construção do nosso Sivam. Essa informação é suportada por
Duncan Campbell, o jornalista
que redigiu a denúncia do Parlamento Europeu, o qual afirma
haver a empresa francesa
Thomson, em 1995, quando concorrente à licitação para a
construção do Sivan, denunciado
que o Brasil também estaria sendo alvo dessa rede de
espionagem. A norte-americana
Raytheon teria se valido de informações privilegiadas da
Thomson, obtidas por meio do
USSS, para vencer a corrida pela encomenda. Até mesmo a nossa
EMBRAER, segundo
informações veiculadas no Canadá, onde fica a sede de sua
maior concorrente no mercado, a
Bombardier, seria um dos alvos preferenciais do sistema.29
Todo o universo seria
vulnerável
ao esquema eletrônico desse conjunto, que possui o mais
espetacular, amplo e sofisticado
sistema de satélites do mundo. A América Latina seria
monitorada pelo Canadá, o Pacífico
pela Austrália e a Nova Zelândia, e toda a Europa, pela
Inglaterra. Na Ásia, dois países são o
alvo principal do aparato: o Japão, adversário econômico, e a
China, que pode vir a se tornar o
grande rival militar. Hager e Campbell continuam as
investigações, mantendo estreito
intercâmbio, e já levantaram a existência de outros sistemas
secundários, sob uma única
bandeira, ainda não inteiramente revelados para o público30.
Essa é a lógica cruel e fria do
negócio, não poupando, sequer, a privacidade de nenhum
cidadão, deste ou de qualquer outro
país onde se viva. Câmeras de televisão, nos Estados Unidos e
em diversos outros países
industrializados, monitoram permanentemente as ruas,
os"shopping centers", os
estacionamentos, os edifícios públicos e privados, sob a
alegação de prevenção do crime,
proteção aos clientes e moradores, programas de prevenção ao
uso de drogas, segurança
patrimonial, etc.
A espirituosa frase "Sorria, você está
sendo filmado", vista aqui e em todos
esses países, é apenas uma cortesia adicional do status quo,
para que você se lembre de ser
socialmente bem comportado e não cometa pequenos delitos. Ela
não significa, em hipótese
alguma, que você não possa estar sendo vigiado, em qualquer
ocasião, por outros meios não
anunciados ou perceptíveis. Em sociedades que se vão
sofisticando, a polícia e algumas
organizações conhecem amplamente a vida privada de cada
cidadão, dispondo do registro
completo de seus movimentos. Fique despreocupado, mesmo que
pouco organizado com seus
papéis, documentos e registros de informações pessoais, pois,
provavelmente, eles já estarão a
29 NASSIF, Luis in "O projeto "Echelon", São
Paulo, na Folha de S.Paulo de 05/12//2000, fls B3.
30 CARLOS, Newton in "PODER SECRETO", Rio de Janeiro,
no J. Brasil de 28.08.2000.
salvo, devidamente catalogados por pessoas mais cuidadosas do
que você, ao alcance de
olhares atentos à frente de um computador. Junto a esses dados,
é provável que estejam,
também, os registros completos dos destinos de suas viagens,
dos seus programas sociais e
amizades favoritas, preferências por livros, restaurantes,
jornais, revistas, filmes, "chats" e
"sites" favoritos na Internet, programas de TV paga ou
aberta, multas de trânsito, com
fotografias do carro e seus passageiros, registrando locais e
horários das infrações, bem como
todos os pagamentos efetuados com seus cartões de crédito ou
de débito automático em conta
corrente. Permaneça sempre atento. Olhos curiosos podem
conhecer por onde e com quem
você anda, fazendo o que, com quanta pressa e a que custo. Se
você vive no Brasil, país onde
ainda se convive com costumes e práticas consideradas um tanto
primitivas por outras
sociedades, acredite: até mesmo suas declarações do imposto
de renda podem ter sido
"disponibilizadas" em algum mercado informal de
balcão ou da esquina mais próxima da sua
casa...
LIBERDADE, LIBERDADE, ABRE AS ASAS SOBRE NÓS...
"O Povo Quer Saber!!!"
SÉRGIO MALLANDRO, apresentador de TV.
Apesar do exacerbado culto à privacidade e do discurso
populista universal da
"democracia a qualquer preço,"leis severas e
restritivas têm sido aprovadas em várias partes
do mundo ocidental, reduzindo a presença popular nas grandes
decisões e enfeixando poderes
quase discricionários nas mãos dos dirigentes eleitos, sem que
disso o cidadão se aperceba ou
venha a ser alertado. As tenazes totalitárias vão sendo
apertadas e as liberdades reais
murcham, quase imperceptivelmente. A "democracia das
medidas provisórias" não é um
fenômeno exclusivamente brasileiro. Mesmo o sistema americano,
paradigma para o resto do
mundo, acompanha, ou lidera, essa inquietante tendência. Desde
o fim da II Guerra Mundial,
o Congresso dos Estados Unidos vem concedendo, ao presidente,
poderes executivos que lhe
permitem, solitariamente, controlar a máquina governamental e
as forças armadas, em caso de
um ataque nuclear inimigo ou de qualquer outra emergência
nacional. Entende-se que, na
eventualidade de uma ameaça de calibre atômico, seja natural
que o presidente disponha de
poderes legais para atuar, sem restrições, na defesa do país
e dos cidadãos. O que eminentes
americanos questionam é o fato de que, sendo a lei pouco clara
nas definições do que seja
uma efetiva "emergência nacional", possa um futuro
presidente vir a declarar como tal uma
situação que lhe sirva, apenas, de pretexto para fazer passar
medidas que o Congresso negaria
em circunstâncias normais. O medo de que uma ditadura se
estabeleça em solo da "soidisante"
maior democracia do planeta existe, de fato, entre muitos. Eles
alegam que tais
poderes discricionários, colocados nas mãos do presidente em
situações de definição
imprecisa, seriam iguais ou maiores dos que possuíram Adolf
Hitler e Joseph Stalin nos
períodos de suas ditaduras. Isso, porque a leis de exceção em
vigor facultariam ao presidente,
a seu único e exclusivo critério, o direito de declarar tal
estado de emergência. A partir daí, e
sem qualquer ingerência do Congresso, ele poderia invocar, no
conjunto ou em parte, os
decretos de números 10995 a 11005 que lhe permitem, entre
outras medidas: arrestar todo e
qualquer material impresso ou elementos de comunicação e
mídia eletrônica; combustíveis e
geradores de energia elétrica; minerais, suprimentos
alimentares, todos os veículos e meios
Armindo Augusto de Abreu
16
úteis de transporte público ou privado; mão de obra para
trabalhos forçados, podendo,
inclusive, separar famílias para tal fim, e, também,
transferir cidadãos ou determinar-lhes o
abandono de áreas residenciais. Compreender o alcance dessas
medidas, se efetivamente
aplicadas em situações de extrema gravidade, não é difícil.
O que, entretanto, causa
perplexidade e temor é a possibilidade de um outro decreto
legislativo, o de número 11051,
vir a ser utilizado por pressões externas irresistíveis,
principalmente do sistema financeiro
internacional. É que ele, simplesmente, "autoriza o Office
of Emergency Planning (Secretaria
de Planejamento das Situações de Emergência) a colocar em
efeito todas as medidas de
exceção acima citadas, em casos de grave tensão internacional
ou de crise financeira". O
jornal Washington Report, em editorial nos anos 90, ressaltou
que o presidente também
poderia, sob força da lei conhecida como "McCarran
Act-Title II" (Lei McCarran, parágrafo
segundo), deflagrar a chamada Operação DRAGNET (rede de
arrastão), suspendendo a
vigência da Constituição, com um simples telefonema, e
impondo a lei marcial. Fontes
confiáveis relatam que agências governamentais acumulam os
nomes de mais de um milhão
de americanos em Washington, num computador Univac de alta
velocidade, como candidatos
à prisão, no caso de uma emergência nacional vir a ser
declarada no futuro. 31
Comprovando
que as esquerdas podem estar mesmo no poder, as mesmas fontes
sugerem que essa lista
contém nomes de membros da chamada "direita cristã",
hoje abrigada sob o "guarda-chuva"
do Partido Republicano, e de todos os cidadãos que já
expressaram, publicamente,
preocupações com a Nova Ordem Mundial e a formação de um
governo globalmente
unificado, pondo fim à soberania e à liberdade da América.
Agências federais, como o FBI,
poderiam prender rapidamente as pessoas constantes dessas listas
e confiná-las em "campos
de detenção". Numerosas fontes confirmam que esses campos
já existem em vários estados
americanos e podem estar relacionados com o programa de
Segurança Nacional do presidente
Reagan, conhecido como "Rex 84", que criou onze
centros federais de detenção na Flórida,
Virgínia, Geórgia, New York, Pennsilvania, Winsconsin,
Arkansas, Arizona e Califórnia32.
Outras fontes confiáveis asseguram que unidades da Guarda
Nacional e do Exército estão
treinando em réplicas de cidades americanas, construídas em
unidades do exército, para, em
operações porta a porta, atacar civis portadores de armas de
fogo e confiscá-las à força. Elas
também afirmam que os interessados em submeter os Estados
Unidos ao governo mundial
sabem que tanto civis armados quanto segmentos militares
poderosos representariam séria
ameaça ao seu intento. A estratégia adequada de
neutralização será, portanto, desarmar os
civis e enfraquecer, progressivamente, todos os militares,
enquanto for armado um poderoso
exército para a ONU. Lembram que, já em 1961, o Pres. John
Kennedy ordenara ao
Departamento de Estado que produzisse um programa denominado
"Libertação da Guerra: o
Programa dos Estados Unidos para o Total e Completo Desarmamento
em um Mundo
Pacífico" (Publicação do Departamento de Estado n.7277).
É um projeto a ser desenvolvido
em três fases: primeiramente, diminuir os efetivos do
Exército, da Marinha e da Força Aérea.
Em seguida, implementar o estágio atual, em que a força de paz
das Nações Unidas seria
formada e progressivamente fortalecida. O terceiro e último
estágio, de desmobilização
controlada, impediria que quaisquer forças armadas, inclusive
as dos Estados Unidos,
pudessem desafiar o fortalecido contingente da ONU.
Significativamente, lembram que o
Presidente Bush (pai) assinou uma ordem executiva em 1990,
transferindo a terça parte das
aeronaves (aviões e helicópteros) da reserva estratégica
americana para um organismo
chamado FINCEN: Financial Crimes Enforcement Network (Rede para
a Imposição da Lei
contra Crimes Financeiros), destinado a operações especiais,
ao custo de $12,8 bilhões de
dólares. Essas aeronaves foram inteiramente pintadas de negro,
sem qualquer identificação
externa, e estão sendo usadas pela FINCEN e outras forças
tarefas especiais de jurisdição
31 McALVANY, Don, McAlvany Intelligence Advisor. Phoenix, Dec.
1993
32 McAlvany Intelligency Advisor, 1995.
múltipla, incluindo tanques e equipamentos pesados como, por
exemplo, as que teriam
causado a tragédia de Waco, no Texas, em 1993, onde um grupo,
dito religioso, incluindo
mulheres e crianças, em suposta sedição, encontrou a morte
num pavoroso incêndio
provocado por armamento de grosso calibre. 33
As mais recentes
investigações desse episódio,
causadoras de embaraços para o governo, evidenciam, não só,
que agentes federais atacaram
primeiro, como o referido grupo parecia ter motivações
políticas preponderando sobre
quaisquer interesses religiosos. O revide não se fez esperar.
Em 1995, no exato dia do
segundo aniversário da tragédia, em episódio também ainda
nebuloso, uma poderosa bomba
destruiu o prédio federal "Alfred P. Murray", quartel
do FBI na cidade de Oklahoma, também
no Texas, onde, além da imensa perda material, morreram civis e
crianças abrigadas numa
creche ali existente, exclusiva para filhos de funcionários
daquela Agência. O resultado das
investigações, à moda dos desastres aéreos, nunca ficou
claro para o público pagante, tendo o
cidadão Timothy McVeigh, ex-militar combatente, sido condenado
à morte pela autoria
material do atentado. Hoje, ele está preso na penitenciária
federal de Terre Haute, Indiana.
Apesar de sua execução ter sido fixada para o dia 16 de maio
de 2001, por injeção letal, suas
reais motivações ainda não tinham sido inteiramente reveladas
até o momento da sentença.
Apesar dos silêncios ou das negativas governamentais, tais
focos de resistência ao governo e à
mundialização prosperam rapidamente. Como tem sido usual
nesses casos, os grupos rebeldes
recebem da imprensa o título genérico de "milícias"
e seus integrantes de "fanáticos
religiosos". Os que não se satisfazem com as
inconsistentes versões dos governos e da mídia,
são referidos como "paranóicos". Com isso, o cerco
às possibilidades de defesa, moral ou
física, individual ou organizada dos cidadãos, se estreita.
Mas, em contrapartida, aumenta a
reação popular ostensiva. A persistente campanha deflagrada
pela erradicação das armas de
fogo comercializadas legalmente, na quase totalidade entre
cidadãos de bem, para sua
legítima defesa, sob a convincente chantagem emocional da
"paz" e da "bala perdida", nunca
trouxe à discussão pública dois aspectos de grande
relevância: primeiro, a de que é uma
batalha travada, simultaneamente, em âmbito mundial,
especialmente junto ao povo dos
Estados Unidos; segundo, a de que visa, em verdade, a impedir,
em qualquer parte do globo,
que a população, organizada, pegue em armas contra um governo
que considere espúrio,
opressor, contrário aos seus interesses, aspirações e
necessidades ou aos objetivos nacionais.
Esses "novos valores", que reformulam ou substituem
antigas aspirações cristalizadas no
"sonho americano," aliados às crescentes
desconfianças contra a ONU, o Governo Federal, o
FBI e outras agências governamentais ou multilaterais, têm
tornado duríssima a batalha entre
autoridades e a sociedade, pelo banimento das armas de fogo.
Durante o governo democrata
de Bill Clinton, os desarmamentistas conseguiram alguns avanços
sensíveis, como a proibição
do porte de armas pesadas e de repetição pelos cidadãos,
permanecendo em vigor a permissão
para o porte de armas leves, semi-automáticas. Entretanto, com
o retorno dos republicanos de
George W. Bush ao poder, que julgam simpáticos a sua causa,
grupos armamentistas,
liderados pela combativa National Rifle Association, presidida
pelo veterano ator Charlton
Heston, esperam recuperar o espaço perdido no período
democrata. A tese
racionalista/iluminista da legitimidade na derrubada de um
regime opressor, consolidada com
a guerra da independência americana, veio a ser mundialmente
aceita, especialmente a partir
da Revolução Francesa. Ela serviu de sustentação
político-filosófica para a derrocada, pacífica
ou revolucionária, das monarquias européias, respaldadas desde
a Idade Média pelo "direito
divino" do cristianismo, e dos impérios coloniais surgidos
posteriormente, fortalecendo os
parlamentos e a chamada "democracia participativa".
Aos céticos e incrédulos, que costumam
desdenhar dessas possibilidades, convém lembrar que Thomas
Jefferson, ao redigir a
"Declaração de Independência" dos Estado Unidos
(1776), subscrita por todos os membros do
Segundo Congresso Continental, inspirando-se nas idéias
racionalistas de John LOCKE
33 JEFFREY, Grant R., Oregon, Harvest House Pub.,1982.
Armindo Augusto de Abreu
18
(1632/1704), argüia que: "Os homens possuem direitos
naturais à vida, liberdade e
propriedade. Os governos são estabelecidos não por Deus, mas
pelos homens para proteger
esses direitos. Se o governo falhar em cumprir seus deveres, os
homens têm o pleno direito de
se revoltar, depor o governo que eles criaram antes e
estabelecer novo governo de sua
preferência". É claro que os cidadãos americanos, para
quem "todo o poder emana do povo",
e, em conseqüência, "os governos devem ser do povo, pelo
povo e para o povo," percebem o
perigo que os anda rondando e prometem reagir, até pela força
como fizeram no passado, se
preciso for, para que tais princípios e ideais continuem a
governar a sociedade e a inspirar sua
consciência cívica. Em várias partes do mundo, essas idéias
têm sido simpáticas à
intelectualidade militar desde o século XIX, inclusive no
Brasil, quando adeptos do
racionalismo positivista defenderam e proclamaram a república.
Aqui, elas têm sido,
tradicionalmente, debatidas e acolhidas por civis e militares
que cursam a Escola Superior de
Guerra ESG 34.
De certa forma, tais fundamentos filosóficos deram respaldo doutrinário, não
só entre nós, como em toda a América Latina e em outras
partes do mundo, a movimentos
insurrecionais que originaram freqüentes e longos períodos de
governos de exceção.
Corrupção, subversão, quebra da hierarquia, da disciplina e o
comunismo foram as
determinantes para as reações a governos declarados
ilegítimos. A etiologia e a geopolítica do
poder, entretanto, mudaram radicalmente após a guerra fria,
quando têm início os movimentos
pela etapa radical da mundialização e da concentração dos
poderes e interesses
supranacionais, muito acima e além daqueles jamais detidos pelo
estado-nação. Esta nova
questão, como se percebe, é séria demais para ser decidida
apenas nas esferas filosófica,
política ou econômica."Os militares representam a
expressão física do instinto de preservação
e sobrevivência de uma nação". 35A
globalização e a falência dos estados nacionais, pela
desnacionalização acelerada das economias; a rendição ao
mercado, entidade cada vez mais
excelsa, fria e distante do homem, a quem seria suposto servir
ao invés de subordinar; a
submissão servil a desígnios espúrios e legislações de
cunho mundialista poderiam vir a
despertar esse poderosíssimo instinto. Daí, não seria
demasiado surpreendente se ele viesse a
se converter no leviatã de novas inquietações ou rebeldias
entre as tropas, que hoje se vêem
enfraquecidas, em gradual extinção, juntamente com os estados
que juraram servir e defender
com o sacrifício das próprias vidas. Exatamente por isso, no
novo cenário que se está
desenhando, em longo prazo, não haveria mais espaço, em país
algum, o que não exclui o
Brasil e os Estados Unidos, para a influência do pensamento
militar e dos seus centros de
excelência intelectual sobre o poder civil. O simples cogitar
dessa possibilidade, em qualquer
local do globo, será, futuramente, vista pelo
"establishment" como anacrônica, ameaçadora
aos interesses globais e desencadeará reações e retaliações
em bloco. Isso, pelo menos, é o
que pretende o sistema. Resta saber se todas as partes
interessadas no processo estarão, em
quaisquer circunstâncias, inteiramente de acordo com essas
novas regras do jogo... Tamanho
conjunto de fatos bastaria para explicar, sem excessiva dose de
paranóia, o esvaziamento
orçamentário e o sucateamento a que vêm sendo submetidas as
Forças Armadas brasileiras e
as de muitos outros países dispersos pelo globo. Em
decorrência, a ESG, agora jurisdicionada
ao Ministério da Defesa, outra invenção maquiavélica dos que
desejam aumentar distâncias
entre os comandos militares e os centros de decisão
governamental, também vai sendo
aliviada de apoios institucionais, de recursos materiais,
humanos e de seu, outrora, inabalável
e merecido prestígio. Suavemente, a ESG vai sendo obrigada a
ceder espaço para "thinktanks"
de extração exclusivamente civil, internacionalista e
globalizante, como o recémcriado
CEBRI-Centro Brasileiro de Relações Internacionais,
correspondente brasileiro do
todo poderoso "Council on Foreign Relations" CFR. À
tradicional instituição militar,
dedicada exclusivamente aos interesses nacionais, conforme
consagra o slogan pespegado ao
34 Manual Básico, Rio de Janeiro, ESG, 1983, páginas 44 e 45.
35 BOAVENTURA, Jorge, em entrevista pessoal e palestras na ESG.
Armindo Augusto de Abreu
19
seu frontispício, "Nesta casa estuda-se o destino do
Brasil", tem sido oferecido a mesma dieta
espartana das demais unidades militares: pão escasso,
pensamentos e vozes intramuros, em
nome do equilíbrio orçamentário e da
"democratização" do país. Já o neonato CEBRI,
organização de direito privado, demonstrando força e
prestígio, surge rica e abundantemente
apadrinhado com recursos públicos, que lhe repassaram o
Itamarati e uma plêiade de
poderosas estatais, além do generoso mecenato de prestigiosas
empresas privadas ou recém
privatizadas, e de financiamentos externos do Banco
Interamericano de Desenvolvimento
(BID) e do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento
(PNUD).36 A
sua força
motriz é tão poderosa que já se sobrepôs, até mesmo, aos
interesses do povo do Rio de
Janeiro, cidade que abriga o seu quartel-general. Segundo
importante órgão da nossa
imprensa, "foi preciso que viessem pedidos de deuses de
Brasília para fazer Artur da Távola,
secretário municipal de Cultura, desistir de pedir de volta o
casarão da Rua Dona Mariana,
que pertenceu a Afonso Arinos de Melo Franco. O imóvel da
prefeitura foi cedido na gestão
passada (do ex-prefeito Conde-N.A.) para o Centro Brasileiro de
Relações Internacionais
(Cebri), ONG dirigida pelo ex-chanceler..." 37
O CEBRI se define,
peculiarmente, como uma
"ONG, um espaço autônomo e independente", que
"embora apoiado pelo Governo Federal,
por meio do Ministério das Relações Exteriores, não é uma
instituição governamental".
Informa, ainda, que "foi criado com a finalidade de ser o
mais importante think-thank de
políticas públicas na área externa do país" e de
exercer "influência no processo decisório
governamental e na atuação do governo em negociações
internacionais". Tem como principal
objetivo "auxiliar na definição dos interesses nacionais
e estratégias de atuação na área
externa". Sua pauta de intenções, um tanto peculiar e
ambiciosa, pretende, ainda, "produzir
conhecimento específico na área externa e propostas para a
elaboração de políticas
públicas".38
Enquanto a atual direção do
CEBRI foi confiada ao diplomata e ex-chanceler
Felipe Lampreia, que, ao deixar, subitamente, o Ministério das
Relações Exteriores, assumiu
tamanha honraria, o Comando da ESG sofreu um
"downgrade", sendo agora destinado a
oficiais generais de três estrelas, ainda com possibilidades e
naturais aspirações de progressão
funcional. Isso não conforta tanto aos atuais titulares desse
comando, obrigados, por dever de
ofício, a formular críticas às políticas e estratégias de
governo, quanto favorecia aos generais
de quatro estrelas de um passado recente, assegurando ao cargo a
independência e a
autoridade de quem já atingira o topo da carreira. Muito embora
não se possa, a rigor, inferir
que tal medida tenha sido arquitetada para impor limites à
atuação técnica e política da ESG, é
inegável que ela certamente contribuirá, pelo menos, para a
adoção de cuidados adicionais aos
relatórios críticos ali elaborados. Outra questão que não
pode mais ser negligenciada pelos
intelectuais, em geral, e analistas de inteligência, em
particular, é a do pensamento
doutrinário. Sendo as doutrinas, no sentido mais amplo,
genérico, estruturas organizadas de
pensamentos, embasadas em sólida sustentação axiológica (de
valores), conceitual,
metodológica, normativa, destinadas a fundamentar sistemas
religiosos, políticos, filosóficos,
científicos e militares, são ferramentas indispensáveis a uma
disciplina intelectual de visão
ampla, abrangente, forma preferentemente confiável de permitir,
aos pensadores, a melhor
visão crítica do universo. Como as doutrinas, com base no
perfeito conhecimento da
realidade, têm a pretensão de indicar caminhos para
modificá-la 39em
busca do Bem Comum,
são indispensáveis à percepção global dos problemas
coletivos e à formulação das suas
soluções mais criativas. Já as especializações
científicas, hoje tão em voga, ao contrário das
doutrinas, fracionam o conhecimento ao dissecá-lo, contribuindo
para que desapareçam os
generalistas em favor de especialistas, a visão universal em
prol do confinamento de limites,
36 CEBRI, Boletim Informativo, n. 1, Maio 2000. Colaboração
gentilmente oferecida pelo Prof. Jorge E.F.Barbosa, Cel., ex-Reitor da UFF.
37 GOIS, Ancelmo, in No Ponto, J. do Brasil, de 10 abril, 2001,
pág. 04.
38 Boletim Informativo do CEBRI número 1, maio de 2000, ibidem.
39 MAFRA, Roberto Cel., Geopolítico, Professor Emérito da
Eceme, Chefe da Divisão de Pesquisa e Doutrina da ESG, em depoimento ao
autor, em documentos escritos e palestras na Esg.
Armindo Augusto de Abreu
20
mesmo que altamente aprofundados. Com isso, as doutrinas estão
virando letra morta e
sepultando, com elas, a capacidade e o adestramento para se
pensar amplo, holisticamente. A
doutrina da Igreja Católica, por haver perdido muito do seu
vigor operacional, face às
sucessivas baixas sofridas no contingente de fiéis, resultando
no seu fracionamento em
múltiplas facções e seitas de resultados. Nessas novas
"igrejas", surgidas sob o dogma da
liberdade religiosa, em que até iletrados podem ser, em algumas
delas, pastores, o que menos
importa são os fundamentos axiológicos, a essencialidade da
boa doutrina, a perspectiva de se
alcançar amplos horizontes teológicos ou filosóficos. Essas
competências, como em qualquer
outro mercado meramente terreno, foram substituídas por ações
de resultados exclusivamente
práticos, dirigidos, como o combate sem quartel a todos os
demônios ou a recuperação da
saúde e do emprego, atividades financiadas por convincente e
eficaz sistema de coleta dos
dízimos... Prepara-se, também, para abandonar o púlpito, a
última geração de competentes
marxistas, adeptos de uma organização de idéias e de
princípios polêmicos, mas, sem dúvidas,
capazes de despertar visões macroscópicas e de provocar
pensamentos de grande acuidade e
ampla visão. Sua doutrina, subitamente condenada ao julgamento
da história, vai deixando o
cenário, extinguido-se por decurso de prazo... Já as
militares, as das três forças singulares, e a
doutrina política da ESG, com seu eficaz método de
planejamento para a ação política,
perderam o viço num mundo que desmonta o estado e onde não se
faz mais necessário, nem
permitido, planejar, para não serem "contrariadas as
forças livres do mercado..." Vão-se,
portanto, as doutrinas e a capacidade de pensar grande e à
longa distância. Vêm o marketing
agressivo e as "reflexões instantâneas" da
comunicação de massa, formas modernas, porém
banalmente previsíveis, da unificação programada dos
corações e das mentes humanas...
A ASCENÇÃO DO PODER DA CIÊNCIA E
O PRENÚNCIO DE UM GENOCÍDIO EM MASSA.
No campo da Ciência e da Tecnologia, outro terreno onde as
forças do "poder
oculto" se assentam solidamente, fazendo esmaecer a ética
religiosa e encontrando
justificativas para os rumos que pretendam dar aos destinos da
humanidade, reações, outrora
tímidas, começam a surgir com indignação e vigor, inclusive
da comunidade científica
brasileira. Documentos competentemente elaborados indicam que o
anúncio de novas
descobertas no campo da engenharia genética "se faz
cercado da habitual deificação da
ciência atual" que, "com sua enorme capacidade de
gerar inovações e saltos tecnológicos,
promete em manchetes futuristas estar se aproximando para
controlar o envelhecimento e
produzir clones de nós mesmos. Esse processo, legitimado por
alguns de seus êxitos, leva-a a
adquirir uma auréola mágica e determinista, colocando-a acima
da razão e da ética. A
camuflagem dos riscos, alguns deles enormes, é feita com
competência nas mídias globais,
impedindo-nos julgamentos e escolhas, já que apontam as
conquistas da ciência apenas como
libertadoras da humanidade. Posições de cautela com relação
a alimentos transgênicos,
objeções éticas quanto aos imensos riscos de manipulação
genética e reações contra o
desemprego gerado pela automação radical, tudo passa a ser
encarado por essa mídia como
posição reacionária de quem não quer o progresso".
Renomados cientistas protestam quanto a
experiências secretas que estariam sendo feitas sem o
conhecimento da comunidade científica.
"Transformados em fator fundamental na disputa dos mercados
e da acumulação global, os
vetores tecnológicos autonomizaram-se de considerações
sociais e políticas, definidos que
estão pelas grandes corporações e orientando-se
exclusivamente pela criação de valor
econômico. No mundo global, os poderes que atuam sobre o
destino individual estão mal
identificados, ocultos pelas redes transnacionais. No caso da
manipulação genética, os riscos
Armindo Augusto de Abreu
21
são infinitamente maiores e não se pode permitir que essa
atitude frívola de aprendizes de
feiticeiros possa ser a única forma de definir os rumos da
ciência".40.
O que nenhum cientista
responsável pode ainda explicitar, por falta de provas
públicas, é o que se conjectura, ainda à
boca pequena e atrás de portas bem aferrolhadas: Experimentos
de engenharia genética
possibilitariam, no futuro, virem a ser inoculados nos
organismos humanos, através da
ingestão de alimentos transgênicos, mecanismos literalmente
comparáveis aos "vírus" dos
computadores, que, em determinadas circunstâncias e
condições, deflagrariam respostas
orgânicas passíveis de lhes alterar o funcionamento biológico
natural. É certo e claro que tal
descoberta, se dirigida para o bem estar dos seres humanos,
poderá vir a eliminar doenças,
defeitos genéticos e, até mesmo, acrescentar-lhes anos de vida
saudável. Ao contrário, o que,
infelizmente, se receia, é que tais experimentos possam vir a
ser aplicados de forma pouco
ética, com geração de fatores limitadores ou restritivos da
vida humana, modificando-lhes o
funcionamento ou a duração do ciclo vital. Este temor advém
de haverem fracassado, até o
presente, as chamadas políticas malthusianas, para redução
drástica do contingente
populacional do planeta, tais como: a legislação pró-aborto;
a eutanásia; processos de
esterilização em massa, largamente aplicados no terceiro
mundo; a chantagem da AIDS,
obrigando ao uso da camisinha, como contraceptivo, a pretexto de
se evitar a contaminação
virótica; a proteção social e legal aos casamentos
homossexuais, por resultarem estéreis, e a
banalização do sexo, a ser praticado como motivo de prazer e
recreação, ao invés de voltado à
procriação como prescreve a tradicional ética
judaico-cristã. Nessas circunstâncias, teme-se
que a engenharia genética, auxiliada por alimentação
transgênica, venha a viabilizar o corte
populacional julgado "conveniente" pelos teóricos de
um planeta que imaginam saturado,
poluído, com muitas espécies de animais em extinção, e que
precisa ser protegido, por essa
elite oligárquica, do seu predador natural, o HOMEM CARENTE.
Esse terrível argumento,
que ignora os fundamentos essenciais da criação, da
solidariedade, da fé, da esperança, da
caridade, do domínio da terra e da ciência para o bem comum,
poderá, camuflado pelo sigilo
absoluto, vir a ser fator preponderante no genocídio de
gerações inteiras de seres humanos
"indesejáveis".
A CONSPIRAÇÃO DO QUARTO PODER
A Liberdade de Imprensa é para os proprietários dos
Jornais,...ou das Estações de Rádio e TV.
J.LIEBLING
Raríssimas pessoas, nos dias de hoje, deixaram de perceber que
poucos indivíduos
e organizações monopolizam a maior parte do conhecimento
global restrito e que a opinião
pública tem sido moldada por uma visão açucarada dos fatos e
da história. Jocosamente,
alguns autores americanos denominam essas "verdades
edulcoradas" como a versão
"Disneylândia" dos fatos, versão "New York
Times", versão "dos noticiários da TV" ou,
ainda, como a versão dos "livros textos das
faculdades". Por essa razão, "a maior resistência
às teorias conspiratórias não vem do povo das ruas, mas da
mídia, da academia e do governo,
gente que controla as economias da informação nacional e
global". 41 "Uma
"história oficial",
patrocinada pelo establishment, domina os livros textos, as
publicações em geral, a mídia e as
prateleiras das bibliotecas. Durante os últimos cem anos,
quaisquer teorias ou evidências
históricas que fujam a um padrão estabelecido pela American
Historical Association e pelas
40 DUPAS, Gilberto in Aprendizes de Feiticeiro, Jornal do
Brasil, 29/01/2001, p.nove. São de autoria do citado, as transcrições
indicadas
neste trecho do texto.
41 VANKIN,Jonathan e WHALEN,John.
Armindo Augusto de Abreu
22
grandes fundações americanas, com seu imenso poder, têm sido
sistematicamente atacadas ou
rejeitadas, não pelos fundamentos ou evidências que contenham,
mas, simplesmente, pela
recusa formal na aceitabilidade desses argumentos, por parte do
chamado sistema liberal do
ocidente (Eastern Liberal Establishment) e sua linha histórica
oficial. -"Pobre do livro ou do
autor que sair dessas linhas mestras. Não receberá nenhum
auxílio das Fundações. Os editores
lhes darão as costas. A distribuição falhará ou não
existirá." 42É
claro que os mentores do
círculo de poder, para manter à sombra as idéias que não
lhes convém discutir, valem-se
desses e de outros expedientes possíveis e imagináveis. Os
mais conhecidos de todos esses
subterfúgios, além do "black-out" completo de novas
teses, idéias ou informações, são a
propaganda, a contra-informação, a tentativa de exposição ao
ridículo e o descrédito. É fato
notório que a maioria das pessoas, além de muito sensíveis à
propaganda, têm horror a
parecerem tolas, desinformadas, antiquadas. Em razão disso,
tendem a se apegar, sem maiores
resistências, a modismos, a resultados de "pesquisas"
de mídia, e às mais recentes teorias de
interesse do sistema político, social ou econômico, desde que
isso as faça parecer modernas,
progressistas, inteligentes, enfim, perfeitamente adaptadas às
realidades e novidades de seu
tempo. Sempre que informações relevantes, contrárias á
visão "Disneylândia" dos fatos, vêm
à tona, a reação do poder é rápida, mobilizando a mídia de
massa e "advogados
administrativos" de nomeada, erodindo logo o rastro
incômodo. Isso é feito com inegável
competência, resultando, quase sempre, em completa
neutralização dos oponentes,
desacreditando-os pela exposição a controvérsias virulentas e
ao ridículo pela desmoralização,
pelo combate sem trégua. Para sucesso ou não dessa
"estratégia do descrédito", é primordial o
papel assumido pelas mídias impressa e televisiva na
orientação da sociedade, pois são os
veículos de melhor e mais eficiente instrumental de influência
e credibilidade, junto à opinião
pública. Em decorrência, todo o aparato de poder não tem
resistido, ao longo dos tempos, à
enorme tentação de influenciar, cooptar ou submeter a grande
imprensa, tanto para seus
projetos explícitos quanto para os mais secretos,
inconfessáveis. Analistas internacionais
contemporâneos de peso afirmam, porém, que esses tempos sutis
de "cercos e circunlóquios"
já foram inteiramente superados pela ação prática, rápida e
objetiva do mercado. Cortejar,
seduzir, influenciar, pressionar, já teriam sido substituídos
por comprar, absorver, fundir,
esmagar, resultando em novos e poderosos conglomerados de
mídia, onde o resultado
financeiro prevalece sobre a pureza da informação e do antigo
jornalismo de ideais. "As
notícias, nos tempos atuais, são uma espécie de
"commodity" do mercado, não pertencem
mais a uma profissão que já foi sagrada", teoriza Daniel
Schorr, ex-correspondente da CBS.
"Isso, hoje em dia, não importa mais. Ganhe apenas o seu
dinheiro e o interesse público que
vá para o inferno!" Essa importantíssima e sutil
transformação estrutural da mídia, ainda
muito mal percebida e analisada, saltando da restrita esfera do
interesse público para operar
segundo as regras vigentes no mercado, significa,
essencialmente, que ela pode estar
migrando do universo ético, dos princípios e da moral,
fiadora, portanto, dos costumes de toda
a sociedade, para o terreno movediço dos negócios, das jogadas
e interesses do "business" e
da política partidária. Veículos jornalísticos de largo
prestígio já não conseguem dissimular,
aos olhos de seus leitores, as manipulações que operam, ao
alvedrio da ética e da verdade, em
favor de causas interessantes ao poder. Estariam, a se confirmar
a tese, movendo-se na direção
dos lucros e do que se convencionou chamar de "estratégia
de mercado", seja lá o que isso
signifique, mas que poderia, perfeitamente, ser entendido como
abdicação da velha e
romântica aura de pureza e respeitabilidade em prol de
interesses apenas materiais. O mal
estar profissional é tão forte que a reação já surge do
próprio seio da mídia, comprometido
com os princípios mais elementares que deveriam orientar tão
nobre atividade. E a quem viria
a convir e beneficiar este novo estado de coisas, em que os
meios de comunicação se
submetem ao deus-mercado? Seguramente, não ao interesse
público. E quais seriam os
42 SUTTON,Antony C, research fellow at Stanford University
-Hoover Institution.
Armindo Augusto de Abreu
23
poderosíssimos e felizes beneficiários desses modernos e
lucrativos negócios, que se renovam
a cada dia em velozes aquisições e fusões, gerando
mega-estruturas empresariais de poder
inimaginável, quase absoluto? Não é fácil responder. Neste
negócio, o segredo também é
pedra fundamental. Sabe-se, entretanto, que, segundo relatório
produzido em 1982 por Ben
Bagdikian, reitor da Escola de Jornalismo da Universidade da
Califórnia, em Berkeley, apenas
cinqüenta corporações controlavam a mídia de massa nos
Estados Unidos. Em janeiro de
1990 esse número fora reduzido a vinte e três. Ao final de
1997 eram apenas dez: Time-
Warner, Walt Disney Co., Tele-Com., News Corp., General
Electric, Gannet Co., Advance
Pub., Cox Enterp. e New York Times. Hoje, outras manobras
acionárias reduziram ainda mais
esse pequeno número de empresas. Quanto aos seus titulares,
pode-se apenas afirmar, com
alguma segurança, que grandes bancos retêm a maioria dos
blocos acionários controladores
dessas empresas, cujos donos pertencem às mesmas organizações
e sociedades "fechadas", ou
"secretas" anteriormente referidas. "Através de
grupos de elite que modelam as políticas
americanas, como o Council on Foreign Relations, a Business
Roundtable, a Comissão
Trilateral, o Federal Reserve Board e a Suprema Corte de
Justiça, elas guiam a nave do
Estado na direção que lhes parece mais interessante ou
lucrativa".43 "A
GE, a CapCities, a
CBS, a NBC, o New York Times e o Washington Post possuem
diretores que têm assento no
Council on Foreign Relations". O segredo profissional e
empresarial que cerca a maioria
dessas operações e os conglomerados que as executam, em outras
circunstâncias seria até
natural se a matéria não envolvesse diretamente o interesse
público, muito embora, nos dias
em que vivemos, ele seja tratado, tão simplesmente, como
"assunto de mercado". Diante
disso, qualquer tese ou consideração contrária aos interesses
deste formidável poder oculto é
logo rotulada de "paranóia conspiratória", trazendo
aos autores toda a força e a carga negativa
do preconceito.
O FUNDAMENTALISMO POLÍTICO E RELIGIOSO
Nos Estados Unidos de hoje, o mais dedicado esforço para o
esclarecimento das
possibilidades conspiratórias junto ao grande público está
sendo feito através de verdadeiras
"cruzadas" empreendidas por organizações religiosas
de confissão cristã, como a "Christian
Coallision", que recebem de importantes setores da mídia o
tratamento jocoso de
fundamentalistas cristãos ou de "Komeinis
americanos". Alguns grupos dessa coalizão, que,
em síntese, defende a volta aos ensinamentos básicos da
Bíblia, têm fornecido farta munição
aos opositores, como faz, por exemplo, a "Coalision for
Revival", defendendo o puro regresso
aos costumes do Século XVII, quando "mandava a Teologia do
Reino e as colônias
americanas eram governadas pela Bíblia". Nem tudo,
entretanto, está sendo colocado no
embornal do descrédito. ..."Jornais do porte do New York
Times e Washington Post tratam
seriamente de livros como: "A Nova Ordem Mundial",
escrito pelo reverendo Pat Robertson,
estrela da Christian Coalision, um dos componentes nobres da
direita religiosa, onde estão
evangelistas, pentecostais, batistas e muitos outros. Robertson
tem ficha respeitável. Andou na
corrida presidencial de 1988, concluindo que, primeiro, era
preciso mobilizar tropas e depois
pensar na tomada do poder. É o que tem feito desde então, a
partir da TV a cabo Family
Channel, na qual acusações freqüentes a Clinton envolvendo
sexo se misturam, sabiamente,
com entretenimento de boa audiência. O livro de Paterson
garante que as Revoluções
Francesa e Russa e o Banco Central dos Estados Unidos saíram de
sinistra conspiração de
maçons, ocultistas, europeus e banqueiros suíços. O tamanho
do alcance dessas pregações
pode ser medido pelos números da "National Religion
Broadcasters". São 1600 rádios, o
dobro de 10 anos atrás, e 274 canais de televisão, contra 90
em 1984. Os ativistas devem
43 LEE, Martin A.; SOLOMON, Norman. Unreliable
Sources. New
York: Carol Pub. Group, 1990.
Armindo Augusto de Abreu
24
somar um milhão. Mas vinte milhões, de acordo com o New York
Times, se identificam com
as mensagens, contra "ateus que governam o país".
"Num país onde votam pouco mais de 50
por cento do eleitorado, essa tropa de choque, em cima das urnas
com chuva ou sol, só tem
avançado ultimamente. Tanto que a direita religiosa assumiu o
controle interno do partido
Republicano em estados importantes como Texas, Minnesota,
Oregon, Iwoa e Washington.
Participou da redação dos programas dos candidatos a
governadores da Califórnia e Flórida e
se mostra com peso em mais partes do sul, agora sob domínio
republicano, como na Virgínia,
Carolina do Sul e Louisiana. Muitos milhares já saíram às
ruas da Califórnia a Nova York, de
uma costa a outra, para protestar contra "desmandos morais,
sociais e políticos" e pedir nova
Constituição," em nome de Deus"... O ex-presidente
da Câmara dos deputados, o republicano
Newt Gingrich, assumiu o posto prometendo emendar a
constituição, reintroduzindo orações
diárias nas escolas. Há 38 anos a Corte Suprema julgou essa
prática inconstitucional, porque
Estado e Igreja são separados. Clinton e sua mulher Hillary,
acusados de " gay-loving" e
"feiticeira-feminista", entre outras pérolas, são os
alvos principais. Também há o chamado
terrorismo antiaborto... "Se para salvar um milhão de
bebês inocentes a cada ano for preciso
matar cem médicos, tudo bem, diz a "Prolife Action
League", autora do livro "99 Ways to
Stop Abortion." Os "soldados de Cristo" se
tornam, isoladamente," a mais efetiva organização
política dos Estados Unidos ", com o controle de TVs,
rádios, conselhos de colégios e
parcelas significativas do partido Republicano. A ordem é
"refazer a América como a Terra
de Deus"44.
Pelo visto, as recentes eleições americanas, que confrontaram o democrata Al
Gore e o republicano George W. Bush, expondo tantas fragilidades
no sistema eleitoral
daquele país e inesperadas disputas judiciais entre ambas as
facções políticas, representaram
algo muito mais importante do que uma simples e burocrática
escolha entre as faces de uma
mesma moeda, como jocosamente se dizia. Pelo menos, é o que se
pode inferir, sob a ótica
aguerrida dos deterministas cristãos. Aliás, evocados por essa
inesperada guerra nos tribunais
pelo desfecho das eleições americanas, que ascendeu ao
arbítrio da mais elevada instância
judicial do Estado da Flórida e, posteriormente, à Suprema
Corte Federal, ocorre-nos que
Michael Novak ressaltou haver a constituição dos Estados
Unidos sido redigida por simples
pecadores. E, acrescentou, que esse importante trabalho, tendo
sido feito na presunção de que
o ser humano seria, sempre e irremediavelmente, um pecador,
pressupunha também, na sua
essência, que os homens não mereceriam confiança integral.
Por isso, os seus redatores
teriam, em verdade, "amarrado" o texto de modo a
torná-lo propositadamente ambíguo. Este
foi o modo pelo qual "os pais da pátria" teriam
organizado o governo daquele país, de forma a
que este não pudesse contrariar os interesses do povo e que
nenhum grupo, isoladamente,
alcançasse controlar o país em detrimento dos demais. Foi um
plano ousado e engenhoso que,
entretanto, poderá ficar comprometido pela existência de uma
corte suprema sem peias nem
amarras. É o que imaginam já haver acontecido, por exemplo, as
famílias cristãs, maioria nos
Estados Unidos, e cujos filhos estão legalmente impedidos de
receber instrução religiosa nas
escolas públicas, ajudando-os a praticar e preservar
princípios éticos e morais de sua milenar
cultura, os chamados fundamentos axiológicos da civilização
ocidental judaico-cristã, em
nome dos quais tantos morreram em duas guerras mundiais. Thomas
Jefferson, aliás, lançara
sérias dúvidas a esse respeito, ainda nos primórdios da
formação do estado americano
democrático, em carta a um adversário político: "Em
matéria de interpretação de assuntos
constitucionais, você me parece passar a impressão de que
julga ser a Suprema Corte o árbitro
definitivo". Ainda segundo Jefferson, esse sentimento lhe
parecia constituir-se em
"perigosíssima doutrina, que poderia conduzir os Estados
Unidos ao despotismo de uma
oligarquia"..."Infelizmente, é precisamente isto o
que vem acontecendo nos últimos trinta
anos. Nós transferimos o poder do povo para um corpo não
eleito, de apenas oito homens e
uma mulher, cinco dos quais podem, efetivamente, controlar as
regras da moral e o destino
44 CARLOS, Newton, in "Komeinis Americanos", publicado
no Jornal do Brasil, R.J., em 26 de janeiro de 1995
Armindo Augusto de Abreu
25
social da nação. E, junto com a Suprema Corte, nós colocamos
no poder outra oligarquia não
eleita, na forma do Federal Reserve Board. Este não foi,
seguramente, o sistema que os
autores da nossa constituição pretenderam para este país. O
sistema de pesos e contrapesos
que eles vislumbraram incluía um judiciário poderoso, uma
poderosa casa legislativa e um
poder executivo forte, todos equilibrados, em contrapartida,
pelos poderosos direitos dos
cidadãos livres".45
46A forma pela qual esses
sagrados ideais dos fundadores da nação
americana foram suplantados no seu próprio solo e daí
exportados para o resto do planeta, em
favor de uma temida oligarquia político-financeira, é o que
seguiremos apreciando.
O TEMPLO DOS DOZE DINHEIROS
"O poder do dinheiro corrói a nação nos tempos de paz e
conspira contra ela nas
épocas de adversidade. Ele é mais despótico do que a
monarquia, mais insolente que a autocracia,
mais egoísta que a burocracia. Eu vejo, num futuro próximo,
uma crise se aproximando que me
inquieta e faz temer pela segurança do meu país. As grandes
corporações foram entronadas, uma
era de corrupção se instalará nos altos escalões e o poder
do dinheiro, neste país, imporá à força o
seu reinado, contra o interesse do povo, até que a riqueza
esteja concentrada em poucas mãos e a
república destruída".
ABRAHAN LINCOLN, no exercício da presidência dos Estado
Unidos.
Em plena era do "New Deal", no ano de 1937, quando o
Presidente Roosevelt
liderava o fantástico esforço de reconstrução dos Estados
Unidos, povo e país devastados pela
monumental depressão que se abatera sobre a nação como praga
bíblica, um belíssimo prédio
em estilo clássico, revestido de mármore branco, acabara de
ser erguido em meio a uma
repousante paisagem verde, na "Constitution Avenue",
próximo ao "Lincoln Memorial". De
linhas sóbrias, marcantemente caracterizadas por colunas
gregas, sem excessos decorativos ou
a monumentalidade arquitetônica dos prédios públicos de
Washington, estaria mais adequado
a abrigar uma organização religiosa do que a séde do maior e
mais fantástico centro de poder
financeiro da face da Terra. Ante essa característica física e
pela verdadeira devoção ao mais
desenfreado materialismo, ali praticado, a instituição nele
abrigada ficou conhecida, por
muitos, como "O Templo". Ao cruzar suas portentosas
portas de bronze, o visitante passará
sob uma imponente águia americana, também em mármore branco,
ali estrategicamente
instalada para que se tenha a sensação de estar penetrando,
sob a proteção de suas asas, nas
próprias entranhas da nacionalidade. Ao final do amplo corredor
de entrada, chega-se ao
lobby, cujo teto foi fina e artisticamente decorado com desenhos
em alto relevo,
representando, certamente não ao acaso, moedas gregas
circundando a deusa Cybele, símbolo
da abundância e da estabilidade.47
O Templo, totalmente às
escâncaras, sem deixar margem a
dúvidas, revela logo na entrada suas origens e inspirações
pagãs... Naquele amplo saguão,
devidamente entronados em retratos a óleo, o Federal Reserve
System, apenas FED para os
íntimos, homenageia e cultua dois dos principais responsáveis
pela sua criação e lucrativa
existência: o presidente Woodrow Wilson, que sancionou a lei, e
o Senador Carter Glass, da
Virgínia, que patrocinou o projeto no Congresso americano, em
1913. Embora amplamente
reveladora, essa homenagem de gratidão se revela historicamente
injusta, pois mantém
45 ROBERTSON, Pat in THE NEW WORLD ORDER, Dallas, Word Pub.1991,
pag.59.
46 NOTA DO AUTOR: Durante a administração Clinton, do partido
democrata, a composição da Suprema Corte foi modificada, devido a
aposentadorias, ganhando a presença de dois novos membros, um
dos quais uma mulher, a saber: STEVEN BREYER e RUTH BADER Com
isso, aquela corte máxima passou a ser composta por sete homens
e duas mulheres. Além dos já citados, os demais membros WILLIAM
REHNQUIST(atual presidente), ANTONY KENNEDY, DAVID SOUTER,
SANDRA DAY O´CONNOR, JOHN PAUL STEVENS,
ANTONIN SCALIA e CLARENCE THOMAS foram todos indicados para o
cargo por presidentes republicanos. Apud Jornal do Brasil, RJ,
de 1/12/2000, pág, 10.
47 GREIDER, William, in "SECRETS of the TEMPLE."
Touchstone, N.York, 1987.
Armindo Augusto de Abreu
26
envoltos nas sombras de profundo anonimato os mais importantes
personagens da trama que
deu à luz o sistema de bancos centrais dos Estados Unidos: o
Coronel Edward Mandel House,
alter ego do presidente Wilson, o Senador Nelson Aldrich,
presidente da Autoridade Nacional
Monetária, e Paul Moritz Warburg, financista, representante e
homem de confiança da
poderosa família de banqueiros Rothschild, ramificada pela
Alemanha, França e Inglaterra, de
quem era sócio na propriedade do Reischbank. Desde que o eixo
do poder econômico
começara a se mover da Inglaterra para os Estados Unidos, antes
das lutas pela independência
americana, sabiam os banqueiros e negociantes europeus que só
poderiam, efetivamente,
controlar a economia daquele colosso se lhe pudesse impor, como
haviam feito antes à
França, Inglaterra e Alemanha, um Banco Central independente do
governo e...
TOTALMENTE PRIVADO! ! ! O que na verdade eles desejavam, há
muito tempo, era
constituir uma base sólida, segura, uma nova sede para os seus
negócios no Novo Mundo
onde, vislumbravam, além do paraíso terrestre, o futuro do
"business" mundial. Uma tentativa
feita, anos antes no Brasil, em Pernambuco, fracassara por
motivos religiosos. Os soldados
holandeses, que garantiam a segurança das operações
agrícolas e mercantis da Companhia das
Índias Ocidentais (ramo da multinacional que controlava, a
ferro e fogo, sob bandeira
holandesa, os interesses do centro mundial dos negócios), eram
calvinistas. Subitamente, de
forma inesperada para seus superiores, começaram a hostilizar
os católicos brasileiros,
profanando-lhes as igrejas e os altares. O episódio deflagrou
violento sentimento de revolta na
região, antes pacífica e tolerante com a presença
estrangeira, e se transformou no estopim da
revolta, fazendo de Pernambuco, como sabemos, o berço da
nacionalidade brasileira. Expulsa
a guarnição, os negócios fugiram atrás. Após breve passagem
pela Holanda, para
reorganização, a comitiva, que incluía, entre outros, os
empresários que viveram em Recife e
no interior, voltou ao mar do Novo Mundo, dessa vez um pouco
mais para o norte,
desembarcando numa ilha que adquiriram, aos locais, por
ninharias. Ali, fundaram a cidade de
New Amsterdam, em homenagem ao porto de origem, e reiniciaram
seus afazeres, dessa vez
em paz absoluta. Posteriormente, quando seu quartel-general
migrou da Holanda para a Grã
Bretanha, a "filial" americana, ajustando-se aos novos
tempos, teve seu nome trocado de New
Amsterdam para... New York, assim permanecendo até hoje. O
Brasil perdera, por muito
pouco, a oportunidade de ser o berço do primeiro mundo, sede do
poder mundial
secreto...Enfim, os centros financeiros europeus haviam fincado,
definitivamente, profundas
raízes nas terras do Novo Mundo e lá começaram a se organizar
e a prosperar, sempre na
expectativa de lançar sementes para colher o maior entre os
maiores instrumentos do poder e
da opulência: seu próprio banco central ultramarino. Em 1902,
Paul Warburg, sócio dos
Rothschild e perito em operações de bancos centrais na Europa,
viajou para os Estados
Unidos a fim de se associar à poderosa firma financeira
"Kuhn, Loeb & Co". Dado que
apenas palavras empenhadas e lealdades juradas não pareciam
garantias suficientes para selar
projeto de tamanha envergadura, Abraham Kuhn e Solomon Loeb,
fundadores da empresa,
haviam-se casado um com a irmã do outro, tornando-se duplamente
cunhados.
Posteriormente, o cabeça da empresa passara a ser Jacob Schiff,
tornado sócio da firma,
instantaneamente, por casamento com Teresa, filha do senhor
Loeb. Paul Warburg, então, ao
assumir sua parte na sociedade, casou-se com Nina, a outra filha
de Solomon Loeb, o que o
tornara cunhado de Schiff. Jacob Schiff, aliás, numa parceria
ainda muito pouco esmiuçada,
socorreria os comunistas russos com um donativo de 20 milhões
de dólares em ouro,
garantindo, financeiramente, o sucesso da revolução
bolchevique.48 Esse
mistério se adensa
quando vêm a lume os fatos de que Lord Milner, da British Round
Tables, também foi
generoso contribuinte dos revolucionários russos, e que os
banqueiros de Wall Street sempre
socorreram financeiramente os dirigentes soviéticos, quando seu
regime claudicava. São
muitas as evidências de que possa ter havido,
circunstancialmente ou de forma irrestrita, um
48 ROBERTSON, Pat in "The New World Order"Word Pub.
New York, 1991, pág.123.
Armindo Augusto de Abreu
27
pacto secreto, nunca abertamente explicitado ou admitido, entre
os socialistas marxistas e os
barões da fortuna. Tudo, ao que parece, resumia-se à melhor,
mais eficiente e rápida forma de
apropriação e acumulação do capital. A via de mercado,
milenar, evoluía de forma lenta,
cheia de acidentes de percurso, restrições legais, muitos
impostos a pagar. A comunista,
instantânea pela luta revolucionária armada, representava uma
forma total e imediata de
acumulação e apropriação, bastando, apenas, assumir o
férreo comando do estado capturado.
O resto, o tempo resolveria, com a criação de uma estrutura
confiável de lealdades, quando,
então, seria viável e seguro devolver a economia e seus
enormes custos sociais, antes
centralizados, às forças do "livre mercado". Ao que
tudo indica, em se tratando de empolgar
ou acumular poder, Wall Street e seus tentáculos invisíveis
nunca demonstraram
preocupações com qualquer prurido ideológico... Felix
Warburg, o irmão de Paul que ficara
na Alemanha ajudando a administrar os negócios bancários da
família, a Casa Warburg e o
Reischbank, viajou para a América a fim de também assumir uma
participação na "Kuhn,
Loeb & Co", e acabou casando-se com Frieda, filha de
Jacob Schiff. Tornou-se, como na
velha piada, sobrinho do próprio irmão...49
Garantido o negócio, por
acordos de honra e
deveres de família, Paul Warburg passou a coordenar, dos
bastidores, o desenrolar da
fantástica operação de montagem de um banco central privado
para os Estados Unidos, ao
juntar as forças desse grupo com os Rockefeller e os Morgan...
A constituição americana dá
ao seu congresso o poder de "cunhar moeda, regular o seu
valor e o valor de moedas
estrangeiras" proibindo que os estados façam com que
"qualquer coisa, exceto moedas de
ouro e prata, sirva de meio legal para o pagamento de
dívidas". Exercitando esse poder, e
atendendo a uma recomendação de Alexander Hamilton, o
congresso aprovou, em 2 de abril
de 1792, uma lei de cunhagem, definindo a moeda americana como
sendo o "dólar". Ele teria
moedas divisionárias em bases decimais, sendo estipulados seus
pesos em ouro e prata, e
autorizada a livre cunhagem, aberta a todos e isenta de ônus. A
recomendação de Hamilton
agradara aos bancos, que logo foram liberados para cunhar seu
próprio dinheiro. Entretanto, à
falta de uma autoridade central coordenadora, cada banco operava
apenas segundo seus
próprios interesses, tornando o sistema caótico. Isso levara o
país a registrar, no primeiro terço
do século XIX, cerca de 12.000 tipos de moedas em circulação,
nacionais e estrangeiras, das
quais, perto de 5.000, eram totalmente fraudulentas ou falsas. A
primeira tentativa de se criar
uma verdadeira moeda única nacional, durante a guerra civil,
fracassara. O dinheiro da União,
conhecido como "Greenbacks" (costas verdes), por
pressão dos bancos sobre o congresso,
temerosos de perder os privilégios da emissão própria, tivera
circulação restrita, não podendo
ser usado no pagamento de taxas e impostos. Ao final da guerra
civil, tinha perdido cerca de
70 % do poder liberatório inicial, sendo repudiado pela
população. Em 1907, ocorreu mais
uma severa crise. Com os bancos fechados e as pessoas sem
dinheiro, trabalhadores
desempregados perambulando pelas ruas, o pânico se instaurou.
Desta vez, a crise parecia ter
nome certo: os Morgan foram responsabilizados, de tal forma,
pela convulsão nacional, que o
congresso criou, em 1908, uma "Autoridade Monetária
Nacional", administrada pelo senador
Nelson Aldrich, de Rhode Island, visando a uma solução
definitiva, que afugentasse situações
críticas para sempre, ao que se supunha, ministradas
intencionalmente pelos banqueiros. Essa
decisão federal era tudo que eles queriam.50
Chegara a hora de conquistarem
seu banco central
privado. Aldrich era ligadíssimo aos Rockefeller, tanto que sua
filha se casara com John
Davison II e um dos filhos do casal recebera, na pia batismal, o
nome de Nelson Aldrich
Rockefeller, em homenagem ao avô. Em 1910, um grupo de
trabalho, formado por Aldrich,
A. Andrews (vice-secretário do Tesouro), Frank Vanderlip
(presidente do National City
Bank/New York, dos Rockefeller), H. Davison (sócio sênior do
J.P. Morgan), Charles Norton
(presidente do First National Bank of New York, dos Morgan),
Benjamin Strong (outro
49 SACHAR, Howard M. in "A History of the Jews in
America." Vintage Books, Ramdom House, New York,1993, pág. 92.
50 ROBERTSON, Pat. ibiden, pág. 124.
Armindo Augusto de Abreu
28
preposto da família Morgan) e Paul Warburg deixou a cidade de
Hoboken, New Jersey, num
trem fechado, e dirigiu-se à ilha de Jekill, na Geórgia,
hospedando-se num paraíso de caça
pertencente à família Morgan. O encontro foi tão secreto que
ninguém podia ser chamado
pelo próprio nome e novos empregados, desconhecidos de todos os
presentes, foram
contratados para servi-los, sem saber a quem. Frank Vanderlip,
presente à reunião, assim a
descreveu, muitos anos mais tarde (1935), no The Saturday
Evening Post: "Houve uma
ocasião, em 1910, em que eu agi tão secretamente, de forma
tão furtiva, como qualquer
conspirador... pois teria sido fatal para os planos do senador
Aldrich se alguém soubesse que
ele estava convocando pessoas de Wall Street para ajudá-lo a
preparar seu projeto de lei...
Penso que não há nenhum exagero em me referir a nossa
expedição à Ilha de Jekill, como a
ocasião em que foi feita a concepção real daquilo que,
eventualmente, veio a ser conhecido
como o Federal Reserve System". Em Jekill, Warburg assumiu
a função de relator do projeto
que, por ter-se baseado na organização do Reichbank (o banco
central alemão), cujos
acionistas majoritários eram as famílias Rothschild e Warburg,
viria a refletir, integralmente,
a vontade dos banqueiros. O plano era muito simples. O novo
banco central não podia ser
assim denominado porque o povo americano não o desejava. Por
isso, ele teria que receber
um nome enganoso, onde não constassem as palavras banco nem
central. E, o mais importante
de tudo, ele teria de se assemelhar com uma agência oficial do
governo americano. Em
conseqüência, ficou acertado que o banco deveria parecer
controlado pelo congresso, mas a
maioria do seu corpo diretor seria eleita pelos bancos privados,
donos integrais de suas ações.
Evitando a percepção pública de que o FED seria administrado
a partir de Wall Street (New
York), foi criado um sistema múltiplo, de doze bancos centrais,
designados por números de
um a doze e por letras maiúsculas de A até L, tendo cada um
deles limites bem definidos de
atuação regional, com sedes nas cidades e estados constantes
dos respectivos nomes. Esses
doze bancos são: 1-Federal Reserve Bank of Boston/Massachussets
(A); 2-Federal Reserve
Bank of NewYork/NewYork (B); 3-Federal Reserve Bank of
Philadelphia/Pennsilvania (C);
4-Federal Reserve Bank of Cleveland/Ohio (D); 5-Federal Reserve
Bank of
Richmond/Virginia (E); 6-Federal Reserve Bank of Atlanta/Georgia
(F); 7-Federal Reserve
Bank of Chicago/Illinois (G); 8-Federal Reserve Bank of St.
Louis/Missouri (H); 9-Federal
Reserve Bank of Minneapolis/Minnesota (I); 10-Federal Reserve
Bank of
KansasCity/Missouri (J); 11-Federal Reserve Bank of Dallas/Texas
(K) e 12-Federal Reserve
Bank of San Francisco/California (L). Apesar de possuírem
diretorias individuais, respondem
a um comando central, cujo poder emana de New York,
constituindo-se num cartel
denominado "Federal Reserve System. Esse grupo empresarial
privado, como acertado no
plano secreto de Warburg, Aldrich e do Cel. House mantém as
aparências de submissão ao
congresso americano nas suas relações com a área federal,
assumindo a forma de uma
"agência reguladora", sob o nome de "Federal
Reserve Board". A junta de governadores desse
Board deveria ser escolhida pelo presidente dos Estados Unidos,
entre diretores indicados
pelo FED e pessoas da confiança do governo, mas, nas palavras
do Cel. House, ..."O Board
exercerá seu mandato de forma a se manter longe do alcance de
qualquer poder do
presidente". Isso é tão verdadeiro que, desde a sua
criação, até o dia de hoje, o Fed nunca
sofreu uma auditoria, sequer, do governo americano. Confirmando
a previsão do Cel. House,
os primeiros cargos no Fed foram logo preenchidos pelos que
engendraram sua criação.
Benjamin Strong, do grupo Morgan, tornou-se o primeiro
governador do Federal Reserve
Bank de Nova York, carro chefe do sistema. O primeiro governador
do Federal Board (a
agência reguladora federal) foi o próprio Paul Warburg, logo
depois presidente do Federal
Reserve System (o cartel privado, de propriedade dos demais
bancos). Os doze bancos
centrais privados do sistema, mantendo as tradições do
passado, quando cada banco particular
imprimia sua moeda, assumiram essa concessão pública
terceirizada, apesar de proibida pela
constituição, passando também a emitir, cada um deles, seu
próprio dinheiro individual. Há,
Armindo Augusto de Abreu
29
portanto, no mercado, doze dólares diferentes, embora de
aspecto (desenho e cores)
padronizado, e com a mesma denominação legal. As diferenças
entre essas moedas existem
claramente, e resumem-se aos selos contendo as letras
identificadoras e os nomes dos bancos
a que pertencem. Ambos estão inseridos numa coroa circular, à
esquerda da efígie
presidencial. Os números correspondentes a cada banco vêm
indicados nos cantos interiores
das notas, junto aos valores expressos em algarismos. Hoje, com
a globalização e a
dolarização de alguns países, que cedem sua soberania, não a
outra potência, mas a um
sistema bancário privado e internacionalista, o FED está
mudando a aparência dos seus doze
dinheiros, unificando suas estampas de molde a fazê-los parecer
um só. Nas notas da nova
emissão, onde as efígies presidenciais aparecem em formato
ampliado, foi suprimido o selo
circular contendo o nome de cada banco e sua letra
correspondente. Agora, aparece apenas
uma logomarca, também circular, do Federal Reserve System. É o
novo "dólar tipo
exportação", de uso geral, mas particularmente dedicado a
países como o Panamá, o Equador
e outros na fila de espera que, abandonando a "prata da
casa", adotaram-no como moeda
corrente...Caso o prezado leitor seja do tipo curioso,
observador, olhe atentamente para as
notas do novo dólar e perceba que na numeração delas ainda é
possível distinguir as letras
(A/L) e os números (1/12) aqui descritos, só que em tamanho
muito reduzido. Quando for
viajar divirta-se, identificando quais, entre os doze dinheiros,
você levará em seu bolso, pois,
apesar de escondido, o gato continua com o rabo de fora... O
Federal Reserve tornou-se uma
força–chave na economia mundial, fazendo com que todos os
mercados financeiros do mundo
prestem a máxima atenção quando ele se manifesta. O mais rico
país do mundo, os Estados
Unidos, possui, paradoxalmente, a maior dívida do planeta, que
pode já haver ultrapassado a
cifra de seis trilhões de dólares! ! ! A quem deve o povo dos
Estados Unidos essa monumental
fortuna? ? ? Claro, aos maiores financiadores da América, isto
é, ao Federal Reserve Bank e
aos seus afortunados acionistas privados, que acumulam o mais
fantástico tesouro da
humanidade: o moto perpétuo de fabricar dinheiro, objeto do
desejo da humanidade
consumista, a partir de brisa, papel e tinta! ! !51
Mas a maior lufada da fortuna,
que beneficiou
ainda mais esse grupo de poderosos felizardos, foi o histórico
fato ocorrido em agosto de
1971, quando caiu por terra o acordo de Bretton Woods, regulador
do sistema financeiro
internacional. Ali, Richard Nixon "fechou para sempre o
guichê do ouro", tornando letra
morta a obrigação assumida pelos Estados Unidos de converter
ao metal, no preço fixo de
US$ 35,00/onça, os dólares amealhados pelos governos
estrangeiros. Estava definitivamente
quebrado o padrão metálico em todo o mundo e o FED deixava de
se obrigar, por uma
simples canetada presidencial e, mais uma vez, contrariando a
constituição americana, a
emitir o dinheiro com lastro em espécie, ouro ou prata!
"Antes de 1971, toda moeda
importante, desde tempos imemoriais, estivera vinculada direta
ou indiretamente a uma
mercadoria. Ocorriam afastamentos ocasionais de um vínculo
fixo, mas só em épocas de
crise. Como resultado, esperava-se que tais episódios fossem
temporários, e de fato o foram.
Mas o vínculo foi-se enfraquecendo, cada vez mais, até ser
eliminado, de todo, pelo ato do
presidente Nixon. Desde então, nenhuma outra moeda importante
teve qualquer vínculo com
uma mercadoria".52
Apesar da famosa advertência
de Irving Fisher, escrita em 1911, de que
"o papel moeda inconversível quase invariavelmente
revelou-se uma maldição para o país que
a adotou", os Estados Unidos, melhor dizendo, os bancos
privados que constituem o Federal
Reserve System, desobrigaram-se, prazerosamente, dessa tremenda
e onerosa
responsabilidade. O dólar, para o bem ou para o mal, passou a
valer, em essência, além do
papel e da tinta de sua impressão, aquilo que a enorme e
magistral propaganda faz com que as
pessoas acreditem que ele possa valer. Estava, assim, inaugurada
a era do "castelo de cartas"
em que se transformou o sistema financeiro internacional.
Enquanto o mundo, preocupado
51 ROBERTSON, Pat. In "The New World Order".
52 FRIEDMAN, Milton em "Episódios da História
Monetária" Rio de Janeiro: Record, 1994, pág. 27.
Armindo Augusto de Abreu
30
ante a gravidade do fato, permanecia em vigília insone, os
dirigentes e acionistas do Fed
celebravam, felizes, às gargalhadas. Nunca tantas rolhas dos
mais finos champanhes franceses
espocaram, simultaneamente, na calada de uma noite tão longa e
silenciosa. "Quando se
menciona o nome do Federal Reserve, a atenção é
garantida", escreveu Kim Clark do U.S.
News & World Report, "uma vez que a mínima alteração
nas taxas de juros pode derrubar
mercados e criar ou destruir milhões de empregos". Mas, o
maior segredo do FED é saber
quem o controla e com que finalidade."Usar um banco central
para criar períodos alternados
de inflação e deflação e depois explorar o povo para obter
enormes lucros, é uma atividade
que os banqueiros internacionais aperfeiçoaram como uma
ciência exata".53
"Algumas vozes
importantes se levantaram, à época, contra a criação do FED.
Talvez a mais incisiva tenha
sido a do congressista Lindbergh, pai do famoso ás da
aviação, que em 1913 declarou:..."O
Federal Reserve estabelece o mais gigantesco trust da face da
terra" ..."Quando o presidente
assinar esse ato, o governo invisível, do poder do dinheiro,
será finalmente legitimado. Então,
a nova lei vai criar inflação quando os trusts quiserem
inflação. Daqui por diante, as
depressões serão criadas cientificamente."54
Mas, a quem pertence,
finalmente, o poder de
todos os poderes, isto é, o Federal Reserve System ? ? ? A
resposta já pode ser conhecida. Ele
é propriedade de seus doze membros, bancos pertencentes a
acionistas privados. "Um exame
dos maiores acionistas dos principais bancos de Nova York,
mostra, claramente, que umas
poucas famílias, relacionadas pelo sangue, casamentos ou
interesses comuns, controlam todos
os bancos daquela cidade que, por sua vez, possuem o controle
acionário do Federal Reserve
Bank de Nova York, controlador dos demais bancos do sistema.
Entre essas famílias estão os
Rothschild, Morgan, Rockefeller, Warburg e outras.55
Os 19.752.655 de ações do
Federal
Reserve Bank de N. York são, majoritariamente, controladas por
dois bancos: 6.389.445
ações (32,35%) pertencem ao Chase Manhattan Bank (agora
fundido ao Chemical Bank) e
4.051.851 ações (20,51%) ao Citibank, N.A., perfazendo
10.441.295 ações (52,86%), isto é,
controle total e absoluto! ! !
É TARDE, EU JÁ VOU INDO...
Um intrincado conjunto de fenômenos políticos, econômicos,
sociais, científicos,
tecnológicos e militares, têm sido, há muitos anos, ocultados
ou cuidadosamente apresentados
à opinião pública de forma destorcida, tendenciosa, como se
fossem conquistas inexoráveis,
incontestáveis frutos da genialidade alcançada pela
civilização contemporânea, para o bem de
toda a humanidade. A elas, segundo seus mentores, deveríamos,
portanto, reverenciar e
cultuar, contritos, agradecidos, sem qualquer contestação.
Expressões e conceitos como
"Nova Ordem Mundial", "Globalização",
"Livre Comércio", "Mercados Globais",
"Liberdade", "Democracia",
"Modernidade", "Reformas", "Cidadania",
"Tendência
Mundial", "Investidores Internacionais",
divulgadas por órgãos oficiais de comunicação e
pelas diversas mídias privadas, como pilares dessa "nova e
moderna" organização planetária,
acobertam, engenhosamente, brutal concentração de poder e
riquezas, beneficiando
privilegiada minoria oligárquica, em detrimento do homem comum.
O mundo, como visto, é
governado por uma autocracia oculta, através de um sistema
gerencial de altíssima lealdade
aos seus princípios e objetivos, que opera em seu favor sob o
manto do interesse público, da
democracia e da liberdade. É lobo em pele de cordeiro. O homem
do povo, tratado como
53 ALLEN, Garry, pesquisador e escritor.
54 Muito embora, nada leve a provar qualquer relação entre o
duro combate movido pelo senador Lindbergh aos defensores da criação do
FED e a desgraça familiar que lhe ocorreu, trazendo revolta e
consternação mundial, cabe lembrar que o neto do senador, filho do ás da
aviação Charles Lindbergh, foi seqüestrado em seu berço e
morto, apesar da família ter pagado o seu resgate. N.A.
55 MULLINS, Eustace in "The Secrets of the Federal
Reserve", N.Y., 1983.
Armindo Augusto de Abreu
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massa de manobra, joão-teimoso da mentira, da propaganda, das
jogadas e armações políticas,
continua, ingenuamente, a dar legitimidade ao sistema, pelo
voto, que imagina exercer de
forma livre e democrática. A toda e qualquer tentativa de
reação ao embuste, os leões de
chácara do poder reagem, com a truculência e a arrogância dos
que só parecem possuir
certezas. Afinal, ganham para isso. Desse combate desigual, sem
ética ou compaixão, surgem
os ataques da moda, quando os que procuram iluminar caminhos
são tratados como
"obscurantistas", "conservadores",
"atrasados", "medievais", "dinossauros",
"terroristas",
"retrógrados", "reacionários",
"vanguardeiros do atraso", "arautos do caos",
"catastrofistas",
viúvas da ditadura ou, simplesmente, "paranóicos".
Às verdades que procuram revelar, se lhes
dão o tratamento de "teorias conspiratórias". À
motivação dos que não lhes têm concedido
sereníssima trégua, designam como "paranóia
conspiratória", imaginando, inutilmente,
remetê-los ao limbo entre a burrice e a loucura... A todos os
leitores de mentes sãs, que já
perceberam, na epiderme ou na alma, os incômodos desse
patrulhamento persecutório, e a
quem o direito à verdade tem sido, sistematicamente, negado,
dedicamos este texto, com a
recompensadora certeza de que, apesar da odiosa opressão e dos
ataques virulentos, nunca
estiveram, nem estarão, inteiramente sós e desprotegidos.