Bush é pressionado devido a atentado
Congresso quer ver detalhes de alerta sobre seqüestros de avião
feito antes de 11 de setembro
Washington - A CasaBranca está sendo pressionada pelo Congresso americano para
que disponibilize as informações fornecidas ao presidente George Bush
pelo FBI pouco mais de um mês antes dos atentados de 11 de
setembro. O relatório entregue a Bush tratava de um plano da rede
terrorista Al Qaeda para seqüestrar aviões nos EUA.
O governo admitiu, na noite de anteontem, que tinha conhecimento do relatório. O
documento do FBI citava o nome de Osama Bin Laden e dizia que seus
seguidores poderiam estar estudando em escolas de aviação americanas.
Legisladores pediram que se formasse uma comissão de investigação para
descobrir por que essa informação só veio à tona oito meses após os atentados
contra o World Trade Center e o Pentágono. ''Alguma ação foi tomada?'',
perguntou o senador democrata John Edwards.
''Desde maio do ano passado, o governo vinha recebendo informações sobre
ameaças aos interesses dos Estados Unidos. A maioria falava de ameaças no
exterior'', explicou o porta-voz da Casa Branca, acrescentando que medidas para
aumentar a segurança foram tomadas. Segundo ele, o governo notificou o
Departamento de Transporte, a Agência Federal de Aviação e todos os
aeroportos do país. ''O presidente não recebeu informação sobre o uso de aviões
como mísseis por terroristas suicidas. Esse novo tipo de ataque não foi previsto''.
A assessora para Segurança Nacional, Condoleezza Rice, também defendeu Bush:
''Ninguém poderia ter previsto que essas pessoas tomariam aviões e os lançariam
contra o World Trade Center''.
Segundo analistas, a proximidade das eleições legislativas aumenta o debate sobre
a questão. A maioria democrata do Congresso questiona por que os alertas
recebidos antes do 11 de setembro não foram analisados em conjunto.
No início do ano passado, a inteligência européia alertou os EUA sobre possíveis
ações terroristas em andamento; em julho, um agente do FBI recomendou
investigação sobre a grande quantidade de árabes que faziam treinamento de vôo
nos EUA; o suposto ''20º seqüestrador terrorista de 11 de setembro'', Zacharias
Moussaoui, preso um mês antes dos atentados, levantou suspeitas durante um
treino de vôo ao demonstrar pouco interesse em liçõe de decolagem e
aterrissagem.
[17/MAI/2002]